Vânia Inácio Costa Gomes


PARTEIRAS E BENZEDEIRAS DO VALE DO IVAÍ PARANAENSE: A HISTÓRIA QUE NÃO CONSTA NOS LIVROS DE HISTÓRIA



O Paraná, conta com uma historiografia de regiões colonizadas por companhias de terras, grupos de imigrantes, tropeiros, bandeirantes paulistas e mineradores. Grupos e pessoas que vieram para a região em busca de riquezas e de terras produtivas. Boa parte dessas histórias está registrada em livros, pesquisas, dados geopolíticos e sites oficiais de cidades e regiões diversas do estado.

Ocorre que a região conhecida como Vale do Ivaí, espaço que abrange as cidades que se formaram na bacia hidrográfica do rio Ivaí, delimitada entre os rios Corumbataí e Ivaí, oficialmente colonizada pela Companhia Territorial Ubá, sofreu uma lacuna documental que por muitos anos deixou a região esquecida na história do estado. Há relatos de muitas pesquisas e investigações, porém com poucos registros documentados que possam confirmar a história dos povos que viviam no local antes, durante e após a colonização pela então conhecida Companhia Ubá.

Segundo Mota e Novak (2008), essa região já vem sendo habitada por pelo menos 8.000 anos, contando com a presença de povos caçadores e coletores ceramistas que habitavam as terras da região e que deram as primeiras contribuições para o povoamento e construção da história do local. Para os autores, ao longo dos tempos, a região foi sendo povoada por grupos indígenas que passaram a desenvolver uma prática de vida baseada na produção agrícola de subsistência e na produção artesanal. Entre os grupos indígenas que habitaram a região, estão presentes os Kaingang, os Xokleng, os Guarani e os Xetá.

“Assim, podemos afirmar que os territórios, hoje denominados Paraná, e mais precisamente a bacia do Vale do Ivaí, vêm sendo continuamente habitados por diferentes populações humanas há cerca de 8.000 AP de acordo com os vestígios materiais mais antigos encontrados pelos arqueólogos. Entretanto, se considerarmos a cronologia dos territórios vizinhos que foram ocupados em épocas anteriores, é provável que ainda possam ser obtidas datas que poderão atestar a presença humana em períodos mais recuados, podendo alcançar até 11 a 12.000 mil AP. As populações que viveram no Paraná entre 12.000 e 3.000 anos AP são denominadas pela arqueologia de caçadores e coletores pré-cerâmicos. Eles foram substituídos pelas populações indígenas agricultoras ceramistas – Kaingang, Xokleng, Guarani e Xetá” [MOTA E NOVAK, 2008].

Tempos depois, a região contou ainda com a presença dos jesuítas que acabaram formando reduções ao longo do rio Ivaí com o intuito de catequizar os indígenas e expandir o cristianismo, e em seguida, contou-se com a presença dos bandeirantes, que vieram para a região com a intenção de capturar indígenas para serem escravizados e em busca de terras para exploração de suas riquezas.

Apesar das pesquisas comprovarem a existência de pessoas no local já há milhares de anos, historicamente construiu-se uma teoria de que a região se apresentasse como um vazio demográfico até o início do século XX. Essa teoria é contestada por Mota (1994), que apresenta informações da existência de um grande índice populacional na região. Para o autor, a existência do rio Ivaí contribuiu com o povoamento da região, já que tanto os caçadores e coletores, quanto os indígenas Xetá e Kaingang, se fixaram na região, provavelmente porque o rio Ivaí fornecia água para a sobrevivência dos grupos, derrubando a tese de vazio demográfico.

“Na maioria dos discursos oficiais, em livros didáticos, nas obras sobre o pioneirismo no norte do Estado, nos trabalhos acadêmicos que tratam da ocupação da região a partir da década de 30 deste século, é comum encontrar-se a afirmação de que essas terras eram “devolutas”, “selvagens”, “desabitadas”, “estavam abandonadas”, “virgens”, “selváticas”, “sertão bravio”. As terras do setentrião, do oeste e sudeste paranaense, para o colonizador dos anos 20 aos anos 50 deste século são desabitadas, vazias, prontas para serem ocupadas e colonizadas. É o mito do vazio demográfico. Ao lado dessa falácia, a classe dominante apaga um dos sujeitos da história: os povos indígenas”. [MOTA, 1994, p.04]

Segundo Quiezi (2016), a partir de 1940, muitos posseiros, que obtinham junto ao Estado um protocolo de posse, chegavam, demarcavam uma área e se declaravam donos de tal área. Mas em 1946, os irmãos Barbosa, ganharam a questão judicial e imediatamente se mobilizaram para evitar novas invasões, coibindo a entrada de novos posseiros através da ação de jagunços e soldados. Os posseiros, reprimidos, fugiam, outros eram deportados para o outro lado do rio, enquanto que os jagunços, após quatro ou cinco anos de serviço, tendo legalizado a situação das terras, foram beneficia­dos pela Companhia com um grande lote de terras cada um.

Em pouco tempo, a Sociedade Territorial Ubá, concluiu a demarcação das terras, loteando o território, o qual foi sendo vendido ou doado, de acordo com os interesses da Companhia.


Após conflitos e muitas demandas, as terras foram sendo divididas e as cidades desenvolvendo-se de acordo com a chegada de grupos de pessoas de várias partes do país e imigrantes, de diferentes regiões do mundo, em busca de terra e trabalho. Com a chegada do café na região, o povoamento pela população branca foi mais intenso, pois esse tipo de cultura exige uma grande demanda de mão de obra.

Algumas famílias que possuíam condições financeiras para adquirir um pedaço de terra, compravam pequenos ou grandes lotes e se instalavam aos redores das cidades e vilarejos, desbravando as matas e iniciando o cultivo agrícola. Outros grupos, que não possuíam condições de adquirir um pedaço de terra, deslocaram-se para a região com o intuito de trabalhar de empregados nas propriedades. Assim, a mão de obra necessitada nas propriedades cafeeiras trouxe para a região diferentes grupos de pessoas, que ao se instalarem nas fazendas, foram formando colônias, e com o passar dos anos, deram origem às comunidades rurais e urbanas das cidades que se desenvolviam na região.

De acordo com Boing (2007), a região, hoje reconhecida geograficamente como Vale do Ivaí, localizada na parte central do Paraná, tornou-se ponto de encontro das frentes de colonização do estado, fazendo com que o local fosse habitado por povos de diferentes regiões do país ou de outras nações, formando uma cultura bastante heterogênea e, ao mesmo tempo, construindo uma população com ausência de uma identidade específica.

É justamente a partir do período de encontro de diferentes grupos e da busca pela terra com o objetivo de produzir café, que homens e mulheres se deslocaram para a região formando as cidades de Ivaiporã, Jardim Alegre, Lunardelli e Lidianópolis. Por muito tempo, Ivaiporã foi a sede desses vilarejos, mas com o passar dos anos foram conquistando independência econômica, social e posteriormente política, tornando-se municípios.

O Vale do Ivaí, que abrigou tantos homens e mulheres durante a segunda metade do século XX, tornou-se um lugar de memória, com alguns registros fixados pela história oral, mas com poucos registros escritos dos grupos populacionais no referido período. A região, que se expandiu economicamente após 1950, não conta com muitas fontes historiográficas que possam afirmar a história das pessoas que viveram e produziram nos espaços ocupados.

Nesse espaço de memória é que se encontram muitas mulheres, reconhecidas pelos habitantes da região como parteiras e benzedeiras, que durante o período entre 1960 a 1990, prestaram uma imensa contribuição para a região, por seu conhecimento empírico da medicina natural, já que o acesso a hospitais e médicos era algo ainda muito distante da realidade daquelas famílias. Estudar a história do Vale do Ivaí, sem considerar a importância e o papel desempenhado por essas mulheres pode ser entendido como uma falta de reconhecimento, já que muitas ainda vivem nas cidades que compõem o território referido e, são na prática, respeitadas pelos seus moradores.

O que se encontra na região no período, em grande parte, são memórias, que segundo Le Goff (1984), é algo muito importante, pois elas registram o fato acontecido no momento vivido. A lembrança por sua vez, recorda o fato, ou a interpretação dele. Nesse contexto, existe o que o autor apresenta como o espaço da memória, que precisa ser pensada na temporalidade em construção.

A presente pesquisa se pauta na narrativa oral, buscando o reconhecimento para a história de mulheres – parteiras e benzedeira -  que viveram na região do Vale do Ivaí, no período compreendido entre 1960 a 1990, ou que ainda residem em alguns dos municípios da região e que não têm suas histórias registradas nos documentos oficiais, apesar de até os dias atuais, muitas ainda prestarem serviços de conforto espiritual para muitas pessoas e famílias das cidades envolvidas.

Ainda de acordo com Le Goff (1984), a História Oral traz consigo a subjetividade, uma questão muito importante, por considerar a expressão de sentimentos, de informações não ditas e as relações entre os seres humanos. No caso das parteiras e benzedeiras do Vale do Ivaí, a subjetividade e a expressão de sentimentos são marcas muito fortes nos relatos das memórias, bem como para expressar alguns esquecimentos, causados pelo tempo ou pelas marcas da vida.

Durante a década de 1960, devido ao fluxo migratório nas fazendas de café, o Vale do Ivaí foi sendo povoado intensamente, tendo todos os seus espaços ocupados, com inúmeras famílias desprovidas de bens econômicos, sem posses. A maioria delas vinha em busca de trabalho com pouca estrutura para sobreviver em um meio que não contava com hospitais, médicos, escolas e outras prestações de serviços necessárias ao desenvolvimento de uma vida digna e saudável.

Na falta de estrutura política, econômica e social desse espaço é que surgem as parteiras e benzedeiras. Mulheres comuns, geralmente muito pobres e de pouca instrução, mas que conseguiram pela dedicação, considerada uma missão, salvar vidas de muitas outras mulheres e crianças.

Apesar de se ter uma narrativa das mulheres benzedeiras e parteiras muito ligadas ao cristianismo, ao ouvir seus relatos sobre os benzimentos, é possível perceber a influência das mulheres indígenas com suas práticas naturais de cura, já que é comum o uso de ervas e garrafadas pelas benzedeiras da região.

O ato de benzer na região do Vale do Ivaí está diretamente ligado à história de vida das pessoas que habitaram a região no período em que a pesquisa se desenvolve. Esse fato pode ser compreendido pela ausência de médicos e hospitais e pela falta de condições financeiras das famílias, fazendo com que se buscasse na prática empírica das benzeduras a cura para as doenças surgidas no dia-a-dia. A necessidade, porém, esteve sempre ligada à crença das pessoas, que embora, a maioria da população fosse católica e a Igreja, regra geral, condenasse a prática de benzer, a fé nas benzeduras e nas benzedeiras sempre foi muito forte.

As mulheres que desenvolveram o dom de benzer, em grande parte, também acabaram por se tornarem parteiras e, devido a tal fato, passaram a exercer um papel muito importante nas famílias e nos vilarejos em geral. Segundo relatos orais, as parteiras tinham a função de cuidar das mulheres, durante toda a gravidez, acompanhando a gestante, após o parto, ainda por um período de quarenta dias, denominado quarentena, em que as mulheres recebiam atendimento especial das parteiras, por meio de banhos com ervas, chás e alguns cuidados específicos com a nova mãe e sua criança.

É possível perceber ainda, pelos relatos orais, que além das mulheres, os recém-nascidos também eram acompanhados pelas parteiras, que com a prática da benzedura como dom, cuidavam dos bebês até que  tivessem condições de serem atendidos apenas pelas mães.

Apesar da importância do trabalho das parteiras e benzedeiras na região do Vale do Ivaí, em um período de saúde pública precária para atendimento da mulher e da primeira infância, as benzedeiras eram muito perseguidas pela Igreja Católica, por serem ligadas a práticas religiosas condenas por essa instituição, como as práticas indígenas e africanas. Assim, muitas mulheres que tinham o dom de benzer e curar através de sua prática de rezar ou utilizar ervas, acabavam por praticar de forma discreta ou camuflada o exercício a que se destinava como missão recebida por Deus. De acordo com as narrativas das mulheres benzedeiras, a própria medicina condenava o trabalho por elas praticado, por não encontrar em seus feitos, qualquer ligação com a ciência. Assim, com medo de serem perseguidas por charlatanismo, muitas optavam pela discrição na prática diária de benzer e curar pessoas.

Ocorre que, de acordo com as estatísticas do Ministério da Saúde (2019), a maioria dos partos realizados na região nas décadas de 1960 a 1990 era chamado de partos naturais, realizado em casa e de forma menos intensa nos hospitais, o que comprova que as mulheres não tinham a prática de buscar por médicos ou hospitais durante a gestação. Parte desse distanciamento com a medicina científica ocorria devido à falta de condições financeiras da família, porém é possível perceber, através dos relatos orais, que a cultura das mulheres da época não era de participar a gravidez a médicos. E as parteiras que, mesmo sendo mulheres muito simples e sem instrução, apresentavam muita experiência com os cuidados com a saúde da mulher, substituindo os médicos e hospitais.

Portanto, não se pode deixar de compreender as consequências da ausência de políticas públicas voltadas para a saúde da mulher e dos recém-nascidos durante as últimas décadas do século XX na região onde a pesquisa se desenvolve. Por mais experiência e cuidados que as parteiras tivessem com a gravidez e nascimento das crianças, o índice de crianças e mulheres que morriam no parto era muito grande, pela falta de estrutura para atendimento de casos mais complicados e que exigiam maior atenção. Segundo dados do Ministério da Saúde (2019), era grande o índice de crianças nascidas mortas na região no período compreendido entre 1979 e 1990.



ANO
IVAIPORÃ – OBITÓS DE RECÉM- NASCIDOS
JARDIM ALEGRE - OBITÓS DE RECÉM- NASCIDOS

Parto Natural
Parto por Cesária
ÓBITOS
CESÁRIO
1979
70
12
33
03
1980
96
21
44
08
1981
68
17
46
05
1982
72
14
31
6
1983
75
05
26
04
1984
48
13
19
08
1985
34
17
15
11
1986
40
08
15
07
1987
34
08
12
08
1988
37
09
05
04
1989
20
08
16
07
1990
25
06
04
05


Tabela 1– Dados estatísticos sobre a mortalidade de recém-nascidos no Vale do Ivaí – período: 1979 -1990.

Fonte: Ministério da Saúde (2019). Organizado por: GOMES, Vânia I. C. (Pesquisa em andamento).

Entende-se ainda que os serviços prestados pelas benzedeiras não eram apenas voltados para mulheres e crianças. As pessoas tinham como prática buscar nas benzedeiras soluções para os problemas diários, relacionados à saúde e questões de ordem familiar e financeira. Assim, as mulheres que tinham como dom a prática de benzer, exerceram neste período um papel muito importante na organização das comunidades e estiveram presentes na vida das famílias, que até os dias atuais ainda procuram as rezas e benzimentos para garantir uma vida segura.

Atualmente, as cidades de Lidianópolis, Jardim Alegre, Lunardelli e Ivaiporã contam com serviço de atendimento à saúde pública, através de postos de saúde e hospitais conveniados ao SUS (Sistema Único de Saúde), que dão assistência aos habitantes da região. Essa estrutura acabou por fazer com que as mulheres gestantes passassem a buscar os hospitais e a medicina científica para o acompanhamento na gravidez e no parto, o que fez com que os serviços das parteiras deixassem de ser requisitados, porém, de acordo com os relatos orais, as benzedeiras ainda continuam exercendo um papel muito importante na vida das pessoas, que por uma questão de sincretismo religioso e fé nas práticas comuns, ainda cultivam o hábito de benzer-se para ter uma vida mais tranquila e curar-se dos males físicos e espirituais.

As benzedeiras são mulheres que permanecem à margem da historiografia, não são reconhecidas pela ciência, não exercem funções de destaque nas comunidades e cidades do Vale do Ivaí, mas estão presentes na vida das pessoas através das rezas e benzimentos; dos chás e das ervas que oferecem para as pessoas; e das chamadas “garrafadas”, que ainda são muito comuns entre as benzedeiras.

Segundo Pollak (1989), o depoimento das mulheres pertence a outra temporalidade, a outra realidade. Esta é mais uma marca que chama a atenção para a pesquisa em desenvolvimento sobre as mulheres do Vale do Ivaí, no Paraná. É preciso, atenção para os relatos dessas mulheres, para compreender em que eles diferem dos registros feitos pelos homens da época e que ficaram registados na história.

De acordo com as narrativas orais é possível perceber nas parteiras e benzedeiras a representatividade de mulheres fortes, espiritualizadas, seguras de suas missões, enquanto pessoas de dom recebido de Deus, para curar e fazer o bem acima de tudo. São figuras importantes na construção da sociedade do Vale do Ivaí, pois foram elas as responsáveis pela garantia da cura e da sobrevivência das pessoas mais comuns e necessitadas da região e seus feitos estão presentes na vida prática das pessoas que vivem nas cidades e municípios da região, ou simplesmente fazem parte das memórias que elas próprias trazem consigo, ou nas memórias das pessoas que por elas foram atendidas ao longo de todos os anos corridos.

Para Le Goff (1984), é muito importante compreender as circunstâncias em que vive o depoente e os acessos que ele tem hoje para fazer a leitura do passado. Com base em Le Goff, é possível fazer uma reflexão sobre a vida das mulheres envolvidas na pesquisa, os acessos que elas têm hoje aos meios de informações, compreendendo o quanto isso influencia na reflexão que elas próprias fazem, no presente, da vida que levaram e das relações que desenvolveram no espaço em que viveram.


Referências Bibliográficas:

Vânia Inácio Costa Gomes é Professora de História da rede Estadual do Paraná e aluna regular do Programa de Pós-graduação Mestranda em História (UEM/PR). Graduada em Geografia (UEPG/PR), Filosofia (UEL/PR), Orientada no Mestrado (UEM) pela Professora Drª. Ivana Guilherme Simili (UEM/PR).

BOING, Lucio. Vale do Ivaí: conflitos e ocupação das terras regionais. Produção Didática – Projeto de Desenvolvimento da Educação – PDE. UEL, Londrina, 2007

LE GOOF. Jacques. Memória-História. Enciclopédia Enaudi. Imprensa Nacional, Rio de Janeiro, vol.1,1984, p. 11-47.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Óbitos Infantis do Paraná – 1979-1990. Disponível em http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sim/cnv/inf09pr.def. Acessado em 11/02/2019.  Acessado em 12/02/2019.

MOTA, Lucio Tadeu. As guerras dos índios Kaingang: a histórias épica dos índios Kaingang no Paraná (1769-1924). Maringá: EDUEM, 1994, 275 p.

MOTA, Lucio Tadeu. Os Kaingang do Vale do Ivaí: histórias e relações interculturais/ Lucio Tadeu Mota, Éder da Silva Novak. –Maringá: EDUEM, 2008,  190 p.

POLLAK. Michael. Memória, esquecimento, silêncio. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol.2, n.3, 1989, p. 3-15.

QUIEZI, Simone Aparecida. A Luta no Bendengó do Ubá. Marcas e Memórias do Movimento de (RE) Ocupação do Território do Século XX. Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola – Projeto de Desenvolvimento da Educação – PDE. UEL, Londrina, 2016.


7 comentários:

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  2. Parabéns pela investigação pertinente! Talvez o livro de Deilson do Carmo Trindade, "As Benzedeiras de Parintins - práticas, rezas e simpatias" (Manaus; EDUA, 2013), possa te interessar.
    Prof. Deilson trabalha com fontes orais, a partir das histórias contadas pelas mulheres protagonistas da benzição em Parintins, AM, com suas experiências, práticas, a legitimação e continuação do ofício, a transposição das benzedeiras a locais da medicina científica, a ligação com a floresta.

    César Aquino Bezerra

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    1. Que legal, fico grata pela dica e com certeza vou em busca desta fonte. É um campo muito rico de pesquisa, porém estou tendo um pouco de dificuldade com fontes específicas sobre o tema. Vou em busca desta bibliografia. Obrigada.

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  3. Parabéns, de fato é uma pesquisa muito interessante. Os benzimentos são ainda muito presentes na nossa região, é muito importante manter essa memória viva.
    Quantos depoentes foram utilizados na pesquisa?
    Nesses relatos, as prática de benzer entre essas mulheres aparecem como passadas de familiar para familiar? Ou variam mais para uma questão essencialmente de fé e conhecimento das ervas?

    Elaine Cristina Florz

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    1. Oi Elaine, são sete depoentes. Algumas dessas mulheres herdaram o dom do benzimento de membros da família. Outras desenvolveram a prática a partir da fé e da religiosidade. E tem uma em especial que faz "garrafadas", uma prática de curtir ervas medicinais no vinho branco ou na pinga para fazer remédio. O interessante é que todas as benzedeiras envolvidas na pesquisa foram também parteiras ao longo da vida, e, desenvolveram a prática de curtir ervas na pinga para fazer um tipo de depurativo para limpar o útero das mulheres que acabavam de ter filhos.

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