Suelem Cristina de Abreu


PADRÕES: UM OLHAR EM TORNO DA HOMOGENEIZAÇÃO DA PESSOA HOMOSSEXUAL


Introdução

Muito se discute sobre os padrões presentes na sociedade, um dos debates mais fomentados se refere ao padrão de comportamento heteronormativo. No entanto, o que podemos perceber é que há um padrão estipulado aos LGBTs, que é pouco menos discutido, mas que merece toda a atenção.
O presente artigo pretende apresentar um panorama amplo da figura do homossexual reproduzido tanto em propagandas, quanto em novelas.
A educação é uma forma de superar preconceitos e estereótipos, a proposta aqui é levar esse debate para o campo educacional para que se possa superar esse estereótipo do meio LGBT também.

Feminino e masculino

A diferença biológica entre macho e fêmea já caracteriza para ambos posicionamentos desde o nascimento, homens e mulheres já são direcionados a vestir, usar, ser, viver, falar, agir, de determinada forma que diz respeito a seu ‘gênero’. A partir disso as diferenças sociais e culturais já estão postas.

Temos assim funções separadas para homens e para mulheres. Historicamente o homem ocupa um espaço diferente e mais amplo do que o da mulher, ele carrega a obrigação de provedor da sua família, é ele quem trabalha fora de casa para o sustento da sua família, ocupando esse espaço da rua, enquanto a mulher exerce funções no lar, o casamento e a maternidade “eram consequências naturais da vida - sendo o primeiro a sua única forma de relacionamento sexual legítimo perante a comunidade.” (JORGE, 2013/4, p. 2)

Sexo biológico não diz respeito exatamente ao gênero, se diferem entre si, gênero é, propriamente, uma construção e o sexo biológico é determinante de lugar que os indivíduos ocuparão na sociedade.

“Gênero (sexual): Diferenciação cultural entre fêmea e macho [...] uma estrutura cultural raquítica, mas grandemente constituída por diferenças usadas para classificar e tornar significativas as relações sociais da espécie humana... assim, os argumentos sobre o que é “essencialmente” macho ou fêmea [...] justificam muitas vezes as diferenças de gênero como “apenas naturais”, mas essa justificativa é apenas ideológica.” (A ênfase é original). (O´Sullivan, 2001, p. 117).

Além de determinante do lugar que os sujeitos irão ocupar na sociedade, o gênero determina a forma de agir desses sujeitos, o comportamento é estipulado a partir de tal, o “aceitável” ou não aceitável a cada sexo é colocado para ser exigido e seguido socialmente.

Como já fora citado anteriormente, gênero e as identidades sociais construídas impactam desde antes do nascimento, um exemplo disso é que um dos primeiros questionamentos feitos a uma gestante é se é menino ou menina, a partir disso desde a cor do quarto, até os brinquedos, roupinhas, e demais itens são escolhidos. Além disso, a família já cria um universo de expectativas em torno das possibilidades dispostas à criança, sendo ela menino ou menina.

Segundo Iara Beleli (2007) a distinção, já na infância, entre meninas e meninos é centrada na liberdade, diz isso a partir da análise de um comercial de O.B.

“Sua suposta fragilidade ou virilidade já está construída no imaginário social familiar e será levado consigo por toda vida, tendo peso imponderável em suas escolhas pessoais.” (SANTOS, 2010, p. 8)

Mas com relação mais propriamente ao comportamento esperado, ele se diferencia de sociedade para sociedade e é relativamente mutável com o tempo. O contexto social afeta diretamente o comportamento esperado pelas identidades socialmente construídas. Ainda, os papeis intitulados como de masculinidade ou feminilidade variam dependendo de diferentes culturas e/ou tempo histórico.

O padrão presente na publicidade

A heteronormatividade é facilmente encontrada na publicidade, ela reforça a ideia de papéis socialmente definidos para homens e mulheres, além de ser um reflexo da sociedade em que está inserida é também um meio de idealização da sociedade.

Os espaços de atuação e diferenciação estão nitidamente representados nas propagandas.

Alguns exemplos disso:


Imagem 1. Propaganda de panela feita por uma criança, do sexo feminino.


Imagem 2. Propaganda de cerveja que traz a figura feminina para apresentação do objeto.




Imagem 3: Sabão Omo, ontem e hoje: a representação da mulher/ mãe como a responsável direta pela limpeza/ cuidados infantis atravessa os anos no imaginário social e é reproduzida nas peças publicitárias. Fonte: Pin up, online, 2012

Podemos perceber que com relação às mulheres a ligação a tarefas domésticas é imediata, desde a infância (como podemos notar na primeira imagem) o lugar socialmente imposto a mulheres é de um futuro ligado a esses afazeres domésticos. Na segunda imagem temos a utilização das mulheres em propagandas de cerveja, que é basicamente a ligação com o consumo por parte do público masculino e a atratividade que as mulheres trazem ao produto. Na terceira e quarta imagem temos propagandas de uma marca de sabão em pó com uma diferença relativa de tempo, mas com a mesma mensagem.

“O advento dos movimentos de direitos civis nas últimas décadas (...) possibilitou, entre outras coisas, o questionamento ao padrão de gênero tradicionalmente estabelecido (Canton, 2009).” (JORGE, 2013/4, p. 5)

Apesar da ascensão desses movimentos os estereótipos preconceituosos de “família tradicional” continuaram a ser disseminados na mídia, o público LGBT não se sente representado nos veículos midiáticos. ‘No Brasil, um estudo da Market Analysis apontou que os homossexuais respondem por uma fatia de 15% do consumo e em sua maioria, pertencem às classes A e B.” (JORGE, 2013/4, p. 6)

Podemos perceber que a inserção da pessoa homossexual é um longo processo que perpassa por inúmeras etapas até alcançar a TV aberta, as mídias alternativas (internet, redes sociais) são inicialmente o meio de colocação desses sujeitos.

No entanto, vemos que inicialmente o homossexual que aparecia em programas era satirizado e utilizado para disseminar o estereótipo de homossexual afeminado unicamente, criando esse imaginário de que todo gay era incluso nesse padrão, ser gay era ser afeminado. Quem é que não se recorda de Crô, personagem de Marcelo Serrado que no ano (2018) protagonizou o filme que segue a mesma linhagem da novela, mas o personagem serve exatamente a esse padrão de homossexual reproduzido durante anos e anos na mídia.


Imagem 4: (Cartaz de divulgação da comédia “Crô em família” (2018)). Fonte: https://culturaalternativa.com.br/wp-content/uploads/2018/09/cro-em-familia.jpg

Mas em contraponto temos também o programa humorístico “Zorra Total” em sua nova versão, programa que segundo o diretor Mauricio Farias não busca se alinhar ao teor sexista, se distanciando de piadas com teor homofóbico. Em entrevista a Folha de S. Paulo ele diz “Dá pra fazer rir sacaneando o homofóbico, e não o gay. A sociedade avançou em muitas inclusões e acho covarde bater no oprimido.”

Como exemplo temos no programa o personagem Hércules:


Imagem 5. Hercules, personagem humorístico do programa Zorra Total, que aborda a temática heterossexual de forma irônica.

“[...] é impossível encontrar algum [programa humorístico] que não se baseie em escarnecer os pobres, os analfabetos, os negros, os homossexuais etc. O mecanismo parece ser o mesmo dos melhores filmes cômicos: o espectador é chamado a rir daquilo que o envergonha e que o machuca. A questão é que, nos programas da nossa TV, o espectador não ri para redimir o personagem que se debate em seu ridículo, mas para reiterar a opressão que pesa contra esse mesmo personagem. [...] É por isso que, diante da TV, ri dos negros quem não é negro, ri dos gays quem não é gay, ri dos pobres quem não é pobre (ou pensa que não é). Ri deles quem quer proclamar, às gargalhadas, que jamais será como eles. É o riso como recusa e chibatada (BUCCI, 2002).” (BAGGIO, 2009, p. 6)

A reprodução problemática feita pela mídia referente aos homossexuais, por vezes, acaba por contribuir ainda mais para a construção e disseminação de estereótipos, que culminam na homofobia.

A Indústria Cultural contribui para a afirmação desse preconceito já vigente na sociedade, “a alta disseminação de piadas sobre ‘bichas’, ‘veados’ ou ‘sapatonas’ (sic) por exemplo, e sua aceitação social, como atesta a presença cotidiana de personagens caricaturais em novelas e programas na TV, considerados humorísticos (VENTURI, 2008).” (BAGGIO, 2009, p. 3)

Homossexualidade condicionada: Aceitação X (In) visibilidade

Não é pouco comum ouvirmos frases de reprovação e de repressão direcionadas a casais homoafetivos, muito são os exemplos que poderíamos citar aqui. Alguns dos mais comuns são: “porque fazer isso publicamente?”, “Por que não deixam para se beijarem dentro de casa?”, “eu não tenho nada contra, mas precisa ficar se agarrando na rua?”, “pra que andar de mãos dadas? Ninguém precisa saber das suas preferências sexuais”. Enfim, inúmeras são as situações as quais o padrão heteronormativo quer impor aos que nele não se enquadram.

Aparentemente o problema passa a ser a visualidade que se sobrepõe ao preconceito referente a orientação.

Com o público masculino o que ocorre é uma reprovação que se apresenta de forma mais imediatista, passa por um repudio total se ver duas pessoas do sexo masculino se beijando. Mas se pararmos para analisar com as mulheres ocorre esse mesmo processo? De certa forma não! O que ocorre com as mulheres é uma questão de muitas vezes serem reduzidas a um fetichismo masculino, mesmo assim desde que essas atendam ao padrão esperado para ambas.

“as lésbicas são permitidas como fantasia distante, em função do homem heterossexual, aquele que “pega todas”.  A partir do momento em que são sujeitos de seu próprio desejo, elas são tão submetidas à discriminação social quanto os outros LGBTs , olhares de reprovação, discursos sobre como as preferências devem estar confinadas  a quatro paredes e longe dos olhares das crianças.” (JORGE, 2013/4,  p. 8)

A indústria cultural durante anos acabou silenciando a presença dos LGBT’s da participação em propagandas, e quando o fez, fez de forma equivocada e preconceituosa.

Como o mercado cultural cresce gradativamente acaba cedendo às demandas sociais (pois assim como a sociedade muda o mercado se obra a mudar), isso acaba acarretando no advento dos marginalizados nas mídias, o que aconteceu com os LGBT’s.

No Brasil o que ocorre é que “A maior parte das iniciativas se concentra em veículos específicos ao público homossexual, notadamente revistas e sites na internet, que têm maior facilidade de segmentação.” (BAGGIO, 2009, p. 7)

O que ocorre nas novelas é um processo de entrada de LGBT’s nesse meio, mas ainda seguindo a linha de homossexualidade condicionada, pois os casais apresentados correspondem ao padrão heteronormativo de feminilidade.

Tomemos como exemplo inicial a novela “Em Família”, de Manoel Carlos, a novela foi apresentada pela rede Globo e trouxe para composição da trama um casal homossexual de duas mulheres que começam vivendo um romance proibido, pois uma das personagens era casada com um homem.


Clara (Giovanna Antonelli) e Marina (Tainá Muller), protagonizaram um casal homoafetivo na novela Em família.
        
Este é um casal que certamente atende ao padrão esperado, duas mulheres que atendem ao padrão de beleza, são femininas como o padrão heteronormativo impõe e agradam protagonizando um papel de casal lésbico. E se uma delas não fosse esse padrão? Ou se ambas não fossem? Bom, certamente não teriam sido incorporadas ao elenco.

Outro exemplo disso, mas um pouco mais recente é o da novela adolescente “Malhação”, que em sua edição passada teve em sua construção um casal adolescente homoafetivo. As duas jovens viveram um romance bem no estilo adolescente, mas o que não surpreende novamente é ambas estarem enquadradas nesse padrão. Vejamos:


Lica(Manoela Aliperti) e Samantha(Giovanna Grigio), casal adolescente da novela Malhação.

Aparentemente o que nos é apresentado são tipos de casais que são socialmente aceitos, a aceitação condicionada chega a este âmbito de nos impor visualmente um padrão de aceitação construído nos moldes do padrão heterossexual de feminilidade e masculinidade. Enquanto para o casal heterossexual devem ser o oposto um do outro, nos casais homossexuais espera-se que sejam ambos iguais, se lésbicas que sejam femininas, se gays que sejam masculinos.

No campo da propaganda não é diferente, apesar da inserção dos LGBT’s nas propagandas a representação feita é basicamente o que se tenta passar nas novelas, já não mais o uso do gay enquanto sujeito afeminado e propenso a chacota, mas a construção do que se espera ou do que é desejável.

Na propaganda de dia dos namorados de 2015 da marca de cosmético “O Boticário” diferentes casais foram apresentados, e os casais homossexuais foram os seguintes:


Imagem 8. Propaganda de O Boticário sobre o dia dos namorados.

Tanto os homens, quanto as mulheres, estão nitidamente enquadrados no padrão de aceitação apresentado aos LGBT’s.

Podemos perceber que ocorre um processo de homogeneização da homossexualidade, que é o que se busca alcançar. O “padrão” aceitável para casais do mesmo sexo é que ambos continuem seguindo com o padrão imposto ao seu gênero. O distanciamento disso gera a rejeição e consequentemente o silenciamento. Não se vê diversidade dentro dos casais homossexuais apresentados midiaticamente.

Os meios de veiculação servem tanto para o processo de “espelho” da sociedade, refletindo o que nela se vê, quanto para construção do que se espera ver na sociedade.

Desconstruir essa homogeneização é um papel da educação

A educação é o melhor meio para a desconstrução desses estereótipos, tanto com relação ao padrão heteronormativo, quanto ao padrão em torno do LGBT. Quando nos referirmos ao homossexual do sexo masculino automaticamente se liga a ideia de um homem com traços mais femininos, no entanto isso não é regra e essa é a questão que deve ser trabalhada. 

CONCLUSÃO

Como podemos observar, os padrões são reproduzidos constantemente, não somente na esfera social cotidiana, mas nos veículos midiáticos.
Não dificilmente vemos exemplos disso na TV, nas redes sociais, nos jornais.
O acesso a informação esta cada vez mais fácil, no entanto muitas vezes isso se faz de forma falha e equivocada, a educação é o meio mais viável de romper com esses preconceitos, é o meio que pode levar a reflexão e ao pensamento crítico das coisas.
Temáticas do cotidiano sendo introduzidas na educação podem resultar em mudanças significativas, ponderam as reproduções automáticas de estereótipos.
  
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Suelem Cristina de Abreu graduanda do 4° ano do curso do História da Unespar, campus União da Vitória.

BAGGIO, Adriana Tulio. A temática homossexual na publicidade: representação e estereótipos. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Curitiba, PR – 4 a 7 de setembro de 2009.

BELELI, Iara. Corpo e identidade na propaganda. Estudos Feministas, Florianópolis, 15(1): 280, janeiro-abril/2007. Pg. 193 – 215.

BUCCI, Eugênio. Um humor casseta, sem dúvida. Folha de S. Paulo, São Paulo, 29 set. 2002. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/tvfolha/tv29092002.htm>. Acesso em: mai. 2003.

JORGE, Sheila Costa. A Publicidade das Imagens Cristalizadas: Uma análise das representações imagéticas do gênero. Revista Anagrama: Revista Científica Interdisciplinar da Graduação Ano 7 - Edição 2        Dezembro de 2013 - Fevereiro de 2014

O´SULLIVAN, Tim, et al. Conceitos-chave em estudos de comunicação e cultura.  Piracicaba: UNIMEP, 2001.

SANTOS, Juliana Anacleto dos. GÊNERO NA TEORIA SOCIAL: Papéis, interações e instituições. Disponível em: www.ufjf.br/virtu/files/2010/05/artigo4a5.pdf

VENTURI, Gustavo. Intolerância à diversidade sexual. Revista Teoria e Debate, São Paulo, n. 78, julho/agosto 2008. Disponível em:  <http://www2.fpa.org.br/portal/modules/news/article.php?storyid=4017>. Acesso em: junho 2009.

20 comentários:

  1. Achei muito pertinente a temática do seu trabalho. Todavia tenho uma dúvida, mesmo perpetuando ainda modelos e estereótipos errôneos do meio LGBTQ+, não deve-se interpretar como um avanço a visibilidade (mesmo que restrita) que estão dando para essa minoria?
    Sara Fernanda Zan.

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    1. Midiáticamente são introduzidos temas que vendem, que estão em alta. Com as discussões do movimento LGBT em alta usa-se dessa visibilidade na midia. É um avanço se olharmos de certo ponto. Mas a que custo? Pergunto eu. A visibilidade ao custo de estereótipos e disseminação de preconceitos?

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  2. De que forma o educador pode conciliar a desconstrução dos estereótipos em torno dos LGBTs e o ambiente educacional, e o que ele pode fazer diante das barreiras dogmáticas e a rejeição de se tratar desse tema diante dos alunos?

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    1. A escola é um dos lugares que mais promove e dissemina esses padrões heteronormativos. Gerando questões como o bullying aos alunos que não se enquadram. Enquadrar essa discussao a temas comuns do plano de aula é essencial. Uma forma de não forçar esse assunto aos alunos, mas introduzir as aulas.

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  3. Interessante trabalho. No seu texto é discutida a ideia de que as representações midiáticas de homossexuais são cercadas de estereótipos sociais e culturais, assim, que forma de representação seria ideal?

    Isabelly Pietrzaki Pereira

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    1. Bom, primeiramente obrigada.
      Forçar uma forma de enquadramento em um padrão seja ela qual for é complicado, tanto para heterossexuais, quanto para homossexuais. No entanto respeitar as peculiaridades de cada grupo, sem forçar uma imagem ideal já seria uma forma de avanço e respeito.

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  4. Olá, Suelem.
    Parabéns pelo artigo!
    Acredito que para que possamos desconstruir esses padrões de comportamento impostos e reproduzidos na sociedade, primeiramente é preciso que se discuta e se esclareça para a população como um todo a diferença entre sexo biológico, identidade de gênero, expressão de gênero e orientação sexual. Sendo assim, de que maneira você acha que esse tema poderia ser debatido nas salas de aula? Através de uma disciplina específica, palestras ocasionais ou introduzida nas aulas quando necessário?

    Andreia Geronimo Cunha
    Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

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    1. Olá. Muito obrigada.
      Eu acredito que o professor deve introduzir essas questões ao longo de suas aulas. Não precisamos ter um dia específico para abordarmos isso.
      Mas compreendo também que seria de grande valia que a escola promovesse debates com oficinas ministradas para cada turma ao longo do ano letivo.

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  5. Boa noite. Ótimo texto e pertinente! Você acha que a postura religiosa de alguns alunos e seus familiares, muitas vezes conservadora, dificulta a compreensão e desconstrução desses estereótipos? Tem alguma dica/proposta para lidar com isso?

    Yasmine Ávila Catarinozzi da Costa

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    1. Olá.
      Muitas vezes o que vemos é que essas posturas conservadoras impedem que o aluno se abra para esses debates, mas é necessário respeitar suas crenças, levantando sempre questões sobre desconstrução de estereótipos quando houverem brechas.
      O educador pode partir do que o aluno acredita e o porquê dele se opor a isso, a partir disso abrir espaço para o diálogo mostrando o outro lado da história.

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Que texto incrível! O texto nos diz que o homossexual do sexo masculino repassado nos conteúdos midiaticos sempre é associado com traços mais femininos, como poderíamos interferir diretamente para que isso mude?

    Cristielle Reis Santos

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    1. Muito obrigada
      Enquanto educadores podemos levar essas discussões para a sala de aula e buscar fazer esse processo de desconstrução. E no nosso cotidiano mesmo podemos refletir antes de reproduzir esses próprios estereótipos.

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  8. Achei uma ótima abordagem, gostaria de ressaltar a importância do movimento acadêmico encabeçado pelos teóricos da Teoria Queer que visam justamente remover deste guarda-chuva do termo "gay" as demais identidades Queer e que não necessariamente estão ligadas apenas com questões de sexualidade, mas também das identidades de gênero. Como vc acha que esta nova geração que se lança ao mercado midiático LGBTQ+ influenciada por figuras "Queer" como Pablo Vittar, Gloria Groove, Linn da Quebrada e outrxs pode modificar esta visão de homogeneidade num médio e longo prazo?
    Ueslei Madureira Sá

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  9. Olá, Suelem Cristina.
    Prezada, Suelem, parabéns pelo artigo publicado, parabéns por ter usado uma linguagem simples e enxuta. Faço uma sugestão para uma futura inclusão em outros artigos dessa temática, você não acha que a sociedade brasileira espera dos professores (LGBT) da educação básica esse mesmo padrão homogeneizador? Acredito que sim, visto que, como você mesma citou “o padrão aceitável para casais do mesmo sexo é que ambos continuem seguindo com o padrão imposto ao seu gênero. O distanciamento disso gera rejeição e consequentemente o silenciamento”. Acredito que, você pode aproveitar esse artigo para levar também a reflexão desse estereótipo para o ensino básico. Ademais, parabéns, obrigada por sua contribuição tão atual e tão importante!
    Atenciosamente,
    Larissa de Assis Oliveira

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    1. Olá, muito obrigada
      Eu acredito que como um todo nas mais diversas esferas sociais espera-se esse padrão homogeneizador. No entanto, nós que buscamos discutir e levar esses debates para as mais diversas esferas da sociedade também estamos prontos para desconstruir isso.
      Não impor nada a ninguém, mas respeitar as particularidades de cada um é essencial.

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  10. Olá, amei seu texto.
    Gostaria de saber por que os personagens homossexuais cômicos, como o Crô por exemplo, não passam pelo mesmo processo de represália sofridas por personagens que tratam do cotidiano do homossexual da mesma maneira que um casal heterossexual?
    Ana Paula Bührer Gonçalves

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    1. Tem uma citação que fala algo referente ao cômico, que quando você não é gay ri do gay, aí ele precisa ser 'escadaloso' efeminado, pra você se reafirmar enquanto heterossexual
      Agora quando coloca-se casais homoafetivos vivendo como casais heterossexuais encomoda, porque você tá naturalizando isso, que na visão deles não é natural

      Porque Crô é um exemplo desse homossexual que se quer satirizar, não é aceito, mas é tolerado para atender um ideal satírico do público heterossexual.

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