Jorge Luiz Zaluski


MULHERES, IMPRESSOS E HISTÓRIA DO TEMPO PRESENTE



Propõe-se neste texto valer-se das noções conceituais da História do Tempo Presente (HTP) e de culturas políticas, junto a utilização de periódicos como fonte de análise, pretende-se estabelecer uma breve reflexão para perceber parte das tensões sociais, tais como, feminismo e divórcio, vivenciadas no estado do Paraná entre os anos de 1979-1984, e de como esses temas foram anunciados pelos impressos “Esquema Oeste” (Guarapuava) e “Diário da Tarde” (Curitiba).

Ao longo do tempo diferentes métodos foram utilizados para a investigação histórica. Por vezes, muitas abordagens contribuíram para estabelecer limitações temporais que compreendiam o passado como encerrado e possível de ser dominado pelo/a historiador/a. Por outro lado, as investigações que buscam refletir sob uma perspectiva metodológica da História do Tempo Presente (HTP) possui posicionamento bastante diverso. Dentre as análises realizadas, François Dosse, por exemplo, nos informa a necessidade de estamos atentos/as múltiplas transformações possíveis geradoras e resultantes do(s) acontecimento(s). Para o autor, o acontecimento deve ser compreendido, “[...] como resultado e como começo, como desfecho e como abertura de possíveis” (DOSSE, 2013, p. 06). Ou seja, a pesquisa histórica deve ater-se ao desenvolvimento, realização e os efeitos do acontecimento. Como destaca Dosse, “[...] poucos são os acontecimentos sobre os quais podemos afirmar que terminaram porque estão ainda suscetíveis de novas atuações.” (DOSSE, 2013, p. 07) Logo, o acontecimento não deve ser interpretado como um fim, mas uma abertura de possíveis. Correspondem a atos e ações dos sujeitos, e propicia configurações inéditas que reestruturam o tempo. Desta maneira, ao investigar sobre o passado o/a historiador/a deve compreendê-lo como um passado em movimento onde seus efeitos estão propícios a novas manifestações e interpretações. Tal como nos informa Dosse, “[...] o historiador deve, desse modo, renunciar a uma postura de domínio que era muitas vezes a sua e o que permitia acreditar que ele podia definitivamente “fechar” os registros históricos” (DOSSE, 2012, p. 11).

Conforme o historiador Henry Rousso, a percepção da movimentação histórica no tempo e na historiografia é um fator contribuinte para perceber diferentes temporalidades, onde as provocações do/a historiador/a sobre o tempo inacabado tornam possíveis a investigação histórica e permite que os acontecimentos sejam inteligíveis. Para Rousso, “o historiador do tempo presente “faz como se” ele pudesse agarrar na sua marcha o tempo que passa, dar uma pausa na imagem para observar a passagem entre o presente e o passado, desacelerar o afastamento e o esquecimento que espreitam toda experiência humana” (ROUSSO, 2016, p. 17).

Em relação as culturas políticas, essas reflexões aproximam-se das considerações de Réne Rémond, sobre o político, ao afirmar que, “o campo do político não tem fronteiras fixas, e as tentativas de fechá-lo dentro de limites traçados para todo o sempre são inúteis”(RÉMOND, 2003, p. 442). Rémond, demostra a necessidade de ampliar as investigações que se utilizam da cultura política como categoria. Para ale, o político vai além da política institucionalizada, o político é mutável e impossível de ser definido. Segundo o autor, “o político toca a muitas outras coisas. Não é um fato isolado. Ele está evidentemente em relação, também, com os grupos sociais e as tradições de pensamento” (RÉMOND, 1999, p. 58).

Desta maneira, o político e o social são indissolúveis, e a definição de um campo aberto sobre a(s) cultura(s) política(s) torna capaz de perceber a movimentação no que parece já estar definido e impossível de ser alterado. Permite tornar inteligível a ação dos sujeitos nos mais diversos grupos sociais, e no que consistem as relações de poder, essa que se estende para além da força do Estado, contribui para que sejam compreendidas as manifestações de força hierárquicas, excludentes, dentre outras que se manifestam em meio às relações sociais. Nesse movimento, os sujeitos ao longo do tempo agem conforme as necessidades e interesses que permeiam o cotidiano. Como destaca Pierre Rosanvallon, através da inteligibilidade dessas ações é possível, “entender como uma época, um país ou um grupo social tenta construir respostas para aquilo que, com maior ou menor precisão, elas percebem como um problema” (ROSANVALLON, 2010, p. 44).

Por meio da investigação dos periódicos: “Diário da Tarde” (Curitiba); “Esquema Oeste”(Guarapuava) é possível identificar e compreender parte das tensões sociais da época e de como o rompimento com normas, definições e intencionalidades rígidas de gênero foram interpretadas e anunciadas nesses impressos.  

Junto às noções conceituais de jogos de escala apresentadas por Jacques Revel, o deslocamento de análise torna possível perceber as relações de força entre e o micro e o macro e vice versa, as continuidades, rupturas, semelhanças ou não e as múltiplas temporalidades existentes em um mesmo contexto. Assim as manifestações dos diferentes grupos estão conexas, conforme o autor,

““não apenas por causa dos efeitos que produzem, mas porque não podem ser compreendidos a não ser que os consideremos, de forma não linear, como a resultante de uma multiplicidade de determinações, de projetos, de obrigações, de estratégias e de táticas individuais e coletivas” (REVEL, 2010, 443).”

Tal observação é importante de modo a contribuir no entendimento de como os efeitos do acontecimento agem de forma múltipla onde nas ações dos sujeitos que dão sentido a esses efeitos. Essas observações são pertinentes por permitirem compreender parte das tensões sociais do período investigado, em que as respostas dadas aos problemas a serem resolvidos correspondem aos acontecimentos que antecederam o ano de 1979, mas que ainda fazem sentido ao presente investigado. Em 1977, por exemplo, a aprovação da “Lei do Divórcio”, como ficou conhecida, corresponde a parte das tensões sociais existentes no período próximo ao investigado. Compreende-se que parte dos efeitos desse acontecimento provocaram novas tensões que atingiram diferentes setores da sociedade. Claudia Regina Nichning, Marlene de Fáveri e Teresa Adami Tanaka, ao investigarem sobre algumas das conquistas das mulheres adquiridas durante a década de 1970, as autoras afirmam que existiu uma forte pressão por parte da sociedade contrária a aquisição de direitos para as mulheres em relação à separação. (NICHINING, 2013; FÁVERI; TANAKA, 2010) A lei que possibilitou que as mulheres tivessem o mesmo direito na separação em relação aos homens foi aprovada em 26 de dezembro de 1977, isso contribuiu para romper com parte de situações em que muitas mulheres eram ridicularizadas, oprimidas e violentadas principalmente no espaço doméstico. Contudo, como destacam Favéri e Tanaka, a “[...] a Lei do Divórcio foi aprovada sob um clima de moralismo que permeava a sociedade brasileira a pregar que o divórcio seria o fim da família.” (FAVÉRI, TANAKA, 2010, p. 364)

Vista como uma afronta às inquietações sobre a possível desintegração da família, as tensões geradas contrárias a tal aprovação contribuíram para que fossem tomadas algumas medidas para evitar novas separações. Como efeitos do acontecimento e uma resposta aos problemas da época, a elaboração do Decreto-Lei nº. 6.660 de 18 de junho de 1979, anexado junto à obrigatoriedade do ensino de Moral e Cívica, reafirmava como uma das funções da escola e da educação seria: “[...] o aprimoramento do caráter, com apoio na moral, na dedicação à comunidade e à família, buscando-se o fortalecimento desta como núcleo natural e fundamental da sociedade, a preparação para o casamento e a preservação do vínculo que o constitui” (BRASIL, 1979).

Diante desse decreto, as escolas de todo o país tiveram que ofertar em seu currículo uma educação que atendesse aos interesses desejados no documento. Nesse período vigorava a da Lei de Diretrizes e Bases da Educação n.º 5.692 de 1971, que tornou obrigatório o ensino técnico em todo o país, e, ao menos na letra da lei, proporcionava uma educação igualitária para meninos e meninas. Um avanço frente às distinções de gênero existentes principalmente até o início da década de 1960, quando a educação até então foi organizada de modo a fortalecer e naturalizar as diferenças e desigualdades de gênero construídas socialmente.

No que compete a este texto, um exercício em fomentar as discussões junto a HTP e as culturas políticas, e com o objetivo de perceber parte das tensões sociais existentes no período, a análise das publicações dos jornais Esquema Oeste, de Guarapuava, e Diário da Tarde de Curitiba, referentes ao ano de 1983 é uma das formas possíveis de compreender parte das tensões sociais existentes no estado do Paraná que correspondiam principalmente a modificações advindas do movimento femisnista.

Conforme Marcia Silva, o semanário jornal Esquema Oeste circulou por aproximadamente trinta anos, com oscilação de tiragem, ao longo do tempo, coincidindo justamente com as alianças políticas realizadas entre seu proprietário e os políticos do poder executivo local. Foi fundado por Leonel Júlio Farah, ex-vice-presidente do Partido da Frente Liberal (PFL) local e diretor do jornal até a sua extinção (SILVA, 2005. p. 28).

Em Guarapuava, por exemplo, em 1983, Luiz Antonio Bernardo, publicou um texto extenso no jornal Esquema Oeste. Parte dele informa que:

“Causam-nos certa preocupação esses ventos libertinos que, cheirando a comidinha caseira, às nossas narinas masculinas tentam se impor. [...] As mais diversas atividades humanas estão, em nossos dias, sofrendo a ação feminina. É imperdoável a calma que tivemos, permitindo que a tal ponto essa grave situação chegasse. Nas cidades médias e grandes, os homens já se acostumaram a ver mulheres trabalhando nos mais diversos ramos de atividade. Entre eles, notadamente, estão a construção civil, a limpeza pública, os transportes (coletivos ou não), a prestação de serviços, o comércio em geral, as profissões liberais e, surpreendentemente a política. Preocupante é a situação, pois estando as mulheres a exercer essas diversas atividades, competindo conosco, lado a lado, tentando se impor; por outro lado abandonam (ou não dão mais importância) aos seus sonhos, crochês, receitas e, inclusive, ao “mais nobre , alto e único destino” que nossas antepassadas tinham: o casamento. [...] Necessitamos conseguir o dia, ao menos nacional, do homem. [...] (JORNAL ESQUEMA OESTE, 26 de março a 01 de abril de 1983. p. 05) Sem grifos no original.”

Importante destacar que nesse período as manifestações feministas contribuíram para significativas conquistas. Lutavam por uma sociedade mais justa de modo em que tivessem igualdade de gênero, direito ao próprio corpo, dentre outras pautas que como destaca Carla Bassanezi Pinsky, “[...] eram projetos verdadeiramente revolucionários que, se não obtiveram naquele momento o sucesso desejado, ajudaram a abalar os tradicionais modelos da mulher.” (PINSKY, 2013, p, 520) Contudo, em meio à movimentação que por um lado contribuiu para conquista de direitos, de outro, muitas ações buscaram limitar e/ou impedir que novas garantias fossem adquiridas. O trecho do texto selecionado permite perceber que em uma leitura sobre o passado, muitas das conquistas obtidas pelas mulheres contrapuseram-se a diferenças e desigualdades de gênero que passaram a ser rompidas, e que por meio do impresso foi uma das formas buscadas de atingir o protagonismo das mulheres e exigir uma ação conjunta para reconstruir espaços e relações sociais “bem definidas”. Ou seja, um prolongamento do passado que entra em choque com um presente que não é seu. Logo, tanto as propostas de educar para o casamento, existente desde 1979, e o texto publicado no jornal Esquema Oeste, expressam uma idealização de futuro pensadas sobre o presente, mas que demostram relações intensas com um passado que ainda não foi rompido. Passado esse que as diferenças/desigualdades de gênero, principalmente no que correspondem as relações público x privado eram mais nítidas e a educação escolar contribuía de forma mais intensa para isso. Junto ao reforço das distinções de gênero, até a década de 1960 as meninas eram educadas estritamente para ser mãe, esposa e dona de casa. Com a extensão do passado, essa reflexão torna possível perceber como o presente do passado foi constituído. Questão essa fundamental para a HTP, pois como destaca Dosse, “a história do tempo presente está na intersecção do presente e da longa duração. Esta coloca o problema de se saber como o presente é constituído no tempo.” (DOSSE, 2012, p. 06)

Importante destacar que o jornal informa a seus leitores homens que as mulheres conquistaram a política. Luiz Antonio Bernardo, articulista do jornal, compreende a política apenas como o espaço institucionalizado onde são exercidas as relações de força por meio do Estado. Contudo, tanto os combatentes ao modelo já instituído com base nas diferenças de gênero, como a própria articulação apresentada no texto do jornal, correspondem a diferentes manifestações das culturas políticas. Como já mencionado faz-se necessário compreender cultura política em suas formas múltiplas formas. Serge Berstein nos informa que as tensões sociais manifestam-se de diferentes formas e provocam disputas onde os valores são partilhados em grupos distintos e que possuem interesses próximos. Com base no periódico, romper como os valores ditos naturais, como o casamento, ou a participação dos homens nas atividades domésticas, por exemplo, correspondem a confrontação a antigos valores onde existe uma tentativa em fixar o passado sexista, excludente e demais desigualdades de gênero em um presente que insiste por mudanças. Comportamento de uma determinada cultua política que ao refletirmos conforme as colocações de Berstein, nota-se que “se inscreve no quadro das normas e dos valores eu determinam a representação que uma sociedade faz de si mesma, do seu passado e de seu futuro” (BERSTEIN, 1988, p. 353).

No Jornal “Diário da Tarde”, de Curitiba, é possível encontrar diferentes posicionamentos sobre as mudanças sociais do período. Conforme Vanessa Raianna Gelbcke (2011), e Elza Aparecida de Oliveira Filha (2006), esse periódico teve sua primeira publicação em 18 de março de 1899, e desde então se apresentou como um impresso em favor da conquista de direitos, principalmente para a população trabalhadora, onde muitos dos direitos foram conquistados ao longo do século XX. No que corresponde a este texto, com diferentes notícias sobre e/ou para as mulheres, o jornal Diário da Tarde, buscou informar seus/as leitores/as sobre diferentes conquistas e reinvindicações do movimento feminista. Quando se tratava de política, por exemplo, o periódico em coluna especifica intitula a notícia como “Feminismo”, por corresponder e compreender ao exercício de mulheres na política. Notícias essas que correspondem aos posicionamentos do texto publicado por Bernardo em Guarapuava, onde em cidades maiores supostamente existiu a aceitação mais rápida de que as mulheres exerçam atividades fora de casa. Já em relação ao divórcio, parte dos sentidos atribuídos a lei que permite a dissolução do casamento, além das constantes notícias que informam a separação de casais da alta sociedade de Curitiba e região, podem ser identificadas breves linhas que tecem reflexões sobre a lei em comparação com outros países, entre elas:

““Na França aumentou o número de divórcios e diminuiu o número de casamentos. Também por lá parece que o casamento virou uma instituição falida, como em outros lugares, ninguém quer saber mais de levar a coisa a sério. “Amontoamento” é o que a maioria está preferindo.” (DIÁRIO DA TARDE, 17 de janeiro de 1983, p. 02) sem grifos no original.”

O modo que o periódico expõe muito tem a dizer sobre parte das concepções sobre família na sociedade da época. Ao comparar com o exterior e compreender o casamento como instituição, afirma que em ambos os lugares o casamento está falido. Contudo, diferente do jornal publicado em Guarapuava, existe maior atenção e visibilidade das mulheres em diferentes espaços, como os da política como mencionados. Conforme o texto e as inquietações de Bernardo, essa conquista parece ainda não ter sido realizada em Guarapuava até o ano de 1983. Importante destacar também que o “Diário da Tarde” de forma a questionar principalmente o governo, o impresso posicionou-se em favor da conquista de direitos. Contudo, nota-se que parte da equipe do periódico como dos manifestantes eram contrários a algumas conquistas, principalmente das mulheres, em que o casamento rígido e o trabalho doméstico também eram defendidos por parte desses grupos. Conforme Benjamin Cowan, (2016) existiu durante a ditadura militar uma forte atuação da do Estado e civis em combater o comunismo, onde o amor livre e separação foram vistos como subversivos e associados ao comunismo. Contudo, diante análise do autor, para além do conservadorismo por parte dos grupos de direita, muitas das pessoas que integravam a esquerda brasileira também eram contrários a algumas conquistas e reivindicações das mulheres existentes no período. (COWAN, 2016)

Mediante a intencionalidade deste texto, a breve exposição sobre esses periódicos permite perceber diferentes horizontes de expectativas construídos conforme as experiências compartilhadas por pessoas que integram os mesmos grupos. Conforme Berstein, as crises na história ocasionam respostas que atravessam em gerações. Logo, as conquistas das meninas em direito a uma educação igualitária e os demais avanços frente aos direitos das mulheres obtidas até aquele momento aparecem como um desafio a uma cultura política que compartilha da necessidade em educar para o casamento, assim como quanto às inquietações expressas no jornal de Guarapuava. Deste modo, a investigação que busca utilizar-se das culturas políticas busca perceber como as relações sociais estão imersas a relações de gênero sustentadas por relações de poder. Logo, tanto a resistência as mudanças sociais, as redes de sociabilidades, assim como as próprias conquistas das mulheres correspondem a diferentes manifestações onde a cultura política pode ser empregada para tornar inteligível os acontecimentos históricos.

Logo, no que compete a proposta de trabalho, essa investigação permite perceber as representações que parte da sociedade fez dela mesmo, do passado e do que pretende ao futuro. O ensino para meninas/mulheres, e a necessidade de instruir as estudantes para o casamento demostra o fortalecimento de marcações de gênero já instituídas socialmente, e, de como a sociedade da época expressou-se mediante a confrontação de valores como os atribuídos a família. No que corresponde diretamente aos enunciados do impresso, percebe-se que no que corresponde aos direitos das mulheres, avanços e mudanças sociais, ambos os periódicos demostraram aproximações em serem contra ao rompimento de modelos rígidos de gênero e as mais diversas conquistas que vinham sendo obtidas pelas mulheres. Para tanto, através da observação histórica é possível perceber como parte das desigualdades de gênero atravessam o passado e presente, e ainda, mesmo diante a tantos avanços, essas disparidades ainda fazem sentido no tempo presente.

Doutorando no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade do Estado de Santa Catarina, UDESC, na linha de pesquisa Culturas Políticas e Sociabilidades. Bolsista pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina, FAPESC. Vinculado ao Laboratório de Relações de Gênero e Família (LABGEF). Mestre em História PPGH-UNICENTRO, graduado em História (2008) pela Unicentro, Ciências Sociais (2015) Faculdade Guarapuava. Possui especialização em Ensino e História da América (2010), Gestão Escolar (2010) Mídias na educação (2013) e Ensino de Sociologia (2016) pela Unicentro.

Fontes:

BERNARDO, Luiz Antonio. Rugas antifeministas ou preocupação homista. In: Jornal Esquema Oeste, 26 de março a 01 de abril de 1983.

BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação 5.692 de 11 de agosto de 1971.

_____________. Lei nº 6.660, de 18 de junho de 1979. Educação para o casamento e manutenção do vínculo.

Diário da Tarde, Curitiba 17 de janeiro de 1983.

Referências:

BERSTEIN, Serge. A cultura política. In: RIOUX, Jean Pierre; SIRINELLI, Jean-François (Org.). Para uma história cultural. Lisboa: Estampa, 1988, p. 349-363

COWAN, A. Benjamin. Securing Sex: Morality and Repression in the Making of Cold War Brazil. Chapel Hill: University of North Carolina Press, 2016.

DOSSE, François. O renascimento do acontecimento: Um desafio para o historiador: entre Esfinge e fênix. São Paulo, Editora UNESP, 2013.

_____________. História do Tempo Presente e Historiografia. Tempo e Argumento, Florianópolis, v.4, n.1, p.5-22, jan./jun. 2012. Disponível em: http://revistas.udesc.br/index.php/tempo/article/view/2175180304012012005 Acesso em 01 de fevereiro de 2018.

DUTRA, Eliane R. de Freitas. História e culturas políticas. Definições, usos e genealogias. Varia História. n. 28, dezembro, 2002. p. 13-28. Disponível em:

FÁVERI, Marlene; TANAKA, Teresa Adami. Divorciados, na forma da lei: discursos jurídicos nas ações judiciais de divórcio em Florianópolis (1977 a 1985). Revista Estudos Feministas, Florianópolis, 18(2): 352, maio-agosto, 2010.

GELBCKE, Vanessa Raianna. A educação, imprensa e intelectuais: um estudo dos periódicos Gazeta do Povo e Diário da Tarde (1910-1930). X Congresso Nacional de Educação- EDUCERE. I Seminário Internacional de Representações Sociais, Subjetividade e Educação- SIRSSE. PUC-PR, Curitiba, 07 a 10 de novembro, 2011. Disponível em: dehttp://educere.bruc.com.br/CD2011/pdf/4691_2639.pdf Acesso em 07 de março de 2019.

NICHNIG, Claudia Regina. Mulher, Mulheres, Mulherio: discursos, resistências e reinvindicações por direitos. Rio de Janeiro: Editora Multifoco, 2013.

OLIVEIRA FILHA, Elza A. Olhares sobre uma cobertura: a eleição de 2002 para o governo do Paraná em três jornais locais. Curitiba: Pós-escrito, 2007. 

PINSKY, Carla Bassanezi. A era dos modelos flexíveis. In: PINSKY, Carla Bassanezi. PEDRO, Joana Maria. (Orgs) Nova História das Mulheres. São Paulo: Contexto, 2012. p. 513-543

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REMÒND, René. O retorno do político. CHAUVEAU, Agnès; TÉTART, Philippe. Questões para a história do presente. Bauru: EDUSC, 1999. p. 51-60.

_________________. Por uma História Política. 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2003.

REVEL, Jacques. Micro-história, macro-história: o que as variações de escala ajudam a pensar em um mundo globalizado. Revista Brasileira de Educação, v. 15, n. 45, 2010

ROSANVALLON. Pierre. Por uma história do político. São Paulo: Alameda Casa Editorial, 2010.

ROUSSO, Henry. A última catástrofe: a história, o presente, o contemporâneo. Rio de Janeiro: Ed. da FGV, 2016.

SILVA, Márcia da. Territórios conservadores de poder no centro-sul do Paraná. Tese (263 fls) Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente: [s.n.], 2005.


6 comentários:

  1. Boa noite Jorge,
    Primeiramente, gostaria de lhe parabenizar pela pesquisa e trabalho de extrema relevância. Fiquei curiosa pela história de tantas mulheres e gostaria de saber se você já cogitou a possibilidade de trabalhar com a história oral e, caso seja possível, entrevistar mulheres das décadas de 1970/ 80 que participavam de movimento feministas.

    Nathália.

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  2. Olá,
    obrigado pela contribuição Nathália.
    Olha, tenho muito interesse sim, tenho uma pretensão futura de pesquisa, vamos ver como o trabalho segue. No mestrado trabalhei com uma entrevista, mas essa consistiu em perceber as subjetividades produzidas pelo espaço escolar. Agora, no doutorado, sigo com o mesmo recorte de pesquisa, mas devido a problemática e grande quantidade de fontes, educação no Paraná, tenho muita vontade de utilizar as fontes orais, mas isso irá fazer com que a pesquisa siga um outro caminho do qual, no momento, não tenho essa pretensão. Att Jorge

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  3. Olá, boa tarde Jorge.

    Primeiramente gostaria de parabenizá-lo pela pesquisa que mostra-se muito pertinente no atual contexto em vivemos. No que tange ao trato com as fontes, gostaria de saber como você chegou a essas duas fontes para sua pesquisa? E sobre o movimento feminista que você menciona no texto ele se refere ao que acontecia no Paraná nesse período ou era algo que estava acontecendo também nacionalmente? E no que ele se diferenciava dos movimentos feministas anteriores?

    Att, Amanda Pereira de Lima.

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    1. Olá Amanda, obrigado pelas perguntas, são ótimas.
      O Jornal "Esquema Oeste" foi fotografado no arquivo da Universidade Estadual do Centro Oeste - Unicentro, o jornal Diário da Tarde, está disponível na hemeroteca digital do arquivo nacional. Os enunciados do impresso de Guarapuava questionavam o feminismo nacional, principalmente devido a participação política das mulheres e a luta pelo divórcio. Esse seria o movimento feminista nacional, no Paraná, ainda pouco explorado em minhas pesquisas, o impresso busca apresentar uma ideia de cidade moderna, onde as mulheres romperam com modos antigos de viver. Contudo, ainda é nítido algumas atribuições marcadas pelas distinções de gênero. No Paraná existiu um movimento bastante intenso principalmente na capital Curitiba, onde contribui também para o movimento gay onde foi desenvolvido um jornal específico sobre o movimento gay. Espero ter respondido as questões. Obrigado pela participação. att Jorge

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  4. Boa Noite Jorge.
    Parabéns pelo texto e por sua pesquisa. Durante as suas pesquisas nos periódicos do Jornal Diário da Tarde Paranaense quais os aspectos encontrados que apontam que o jornalismo feminino e feminista da época circulava para além de interesses comerciais e econômicos?

    Att, Clarice Luz.

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    1. Olá Clarice,
      obrigado pelos questionamentos.
      O impresso demostra a movimentação do feminismo e a busca por ocupar espaços ainda muito restritos no período, como a política, e a luta pelo direito de divorciar-se, ser independente ou constituir nova família. Outras questões pertentes, mesmo tratando de fins comerciais, a publicidade da época permite compreender a existência de uma mulher aberta a mudanças sociais, liberdade com o corpo, buscar vestir-se para o conforto pessoal, assim como o destaque de algumas profissionais e formandas nos cursos de graduação. Algo não comum em períodos anteriores bem próximo do investigado neste texto. Obrigado pelas questões. Att Jorge

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