Jônatas Lins Duarte e Cynthia Maria de Barros Soares


AS MULHERES NA CAMPANHA ELEITORAL DE 1911 PARA O GOVERNO DE PERNAMBUCO


Este trabalho foi pensado a partir das pesquisas que tinha como tema a reforma do bairro e do porto do Recife no início do século XX. Visto que o período pesquisado foi marcado por uma grande disputa eleitoral no estado, as eleições para governador de Pernambuco de 1911. Ao estudar um pouco das eleições de 1911 nos deparamos com o inusitado caso para a sua época, diversos grupos de mulheres se envolvendo com a política, na campanha de Dantas Barreto, não sendo elas meras coadjuvantes que apoiavam os seus maridos. Tal situação tão inabitual, nós instigou a aprofundar um pouco mais na pesquisa sobre o ocorrido, sendo que foi um pouco difícil, por não encontrarmos outros trabalhos sobre essas mulheres, mesmo assim esperamos que este trabalho possa ser de ajuda e de interesse para os diversos leitores e interessados sobre a temática.

O ano de 1911 foi um ano bastante conturbado no estado de Pernambuco. Os principais motivos foram as obras que ocorriam no porto e no bairro do Recife e as eleições para governador do estado, que foram disputadas por Rosa e Silva e Dantas Barreto. Essa eleição, podemos dizer, que foi a mais tensa, sangrenta de toda a história pernambucana e que se diferenciou de todas eleições já ocorrida no país.

A eleição para govenador do estado de Pernambuco foi marcada pelo desejo de uma grande parcela da população para quebrar um ciclo que se instaurava no estado desde o início da república, sob o domínio dos candidatos de Francisco de Assis Rosa e Silva. Como podemos tirar, por exemplo, Herculano Bandeira ficou à frente do estado entre os anos de 1908 a 1911, no entanto ele era intolerante às críticas e oposições ao seu governo que perseguiu o jornalista Milet, e que segundo Anjo (2009, p. 140), o governo “em fevereiro de 1911, mandou empastelar o seu matutino, cuja sede ficava na rua 15 de novembro (hoje rua do Imperador). Os seus redatores tiveram que deixar o Estado e o jornal Pernambucoficou oito meses sem circular”. Atitudes como essa faziam com que os opositores de Herculano e das políticas rosistas ganhassem fôlego contra a gestão. O que fez surgir o nome para a candidatura do general Dantas Barreto, este que vinha ganhando a graça do povo pernambucano pelo seu posicionamento político. O único problema era que o mesmo não tinha residência fixa no estado.

Mesmo com esse problema ela foi lançada por João Ribeiro de Brito, “impetuoso político que, na cidade de Jaboatão dos Guararapes, em 19 de maio de 1911, proclamando o general Emídio Dantas Barreto, candidato da próxima eleição ao governo pernambucano” (Zacarias, 2017, p. 158). O lançamento de sua candidatura para o governo do estado de Pernambuco foi sabida depois pelo general Dantas Barreto, quando Ribeiro de Brito mandou uma carta ressaltando o apoio do povo de Jaboatão à sua candidatura. E para resolver a elegibilidade dela para o governo:

“A elegibilidade constitucional em Pernambuco, para os cargos de governador e vice, era condicionada a ter o candidato ‘residência no estado pelo menos oito anos antes da eleição’. Chama-nos atenção em ver que fora ao judiciário que os grupos políticos tiveram de correr para resolução desta questão crucial. Na definição dos magistrados, o general Danas Barreto é declarado totalmente apto a participar do referido pleito, pois, como militar federal, ‘todo o país é seu domicílio’. Esta interpretação jurídica extensiva do domicilio eleitoral ao militares, em detrimento das delimitações da Carta Estadual, passou a ser abertamente defendida em Pernambuco por deputados como Sérgio de Magalhães em favor das corporações. Foi como governador estadual, em 1913, que Dantas Barreto se deu ao trabalho de transferir seu título para a 5ª Seção eleitoral do Recife”. (ZACARIAS, 2017, p. 159).

Com a confirmação da legalidade da candidatura ao governo do estado de Pernambuco, Dantas Barreto “tornou-se a esperança da nova política pernambucana. Dizia-se ser a força da espada contra a violência do absolutismo oligárquico...” (GUERRA, 1979, p. 154). Houve um apoio completamente diferente do que já se viu na história política do estado de Pernambuco que de acordo com Duarte (2018, p. 143/144), “havia um apoio não apenas de uma elite, esta que ditava suas regras ou privilégios para se manter no poder, mas era um impulso renovador”. Com esse apoio “popular” de Dantas Barreto, ficou claro que os seus opositores não eram bem quistos, mas que também precisariam de um nome forte para enfrentar nas urnas este candidato.

Esse forte apoio “popular” ao general Dantas Barreto mostrava que o partido conservador não tinha nome forte para a sua candidatura a enfrentá-lo nas urnas. Desta forma o próprio conselheiro Rosa e Silva se candidatou ao governo de Pernambuco. O interesse pela candidatura deu-se pelo querer do “próprio Rosa e Silva ‘atendendo os anseios de seus partidários’, era o nome do PR (Partido Republicano) para concorrer ao governo estadual, em seguida, os governistas operaram um movimento de ainda maior envergadura” (Zacarias, 2017, p. 167). A partir da confirmação da candidatura desses dois políticos inicia-se uma batalha entre os dantistas, apoiadores de Dantas Barreto e os rosistas apoiadores de Rosa e Silva. Os embates eram bastante violentos dentro da capital pernambucana, entre a força policial, armada, que defendia Rosa e Silva e a população, dantista. Os conflitos eram sangrentos, o que provocavam muitos feridos e mortos, principalmente do lado dos populares. Segundo Guerra (1979, p. 155) “a cidade do Recife ficou praticamente paralisada. Comércio e indústria fecharam as suas portas. Faltou o transporte urbano. Era o caos total”. Esses confrontes aconteciam tanto nos meetings, quanto no dia a dia, quando se identificava de alguma forma um rival político por conta de um bottom, ou outro adereço.

Por conta da violência houve o afastamento de muitos jovens dos comícios. Mas o medo da represália de seus pais e dos amigos ligados a determinado partido era muito maior. Podemos ter como exemplo dessa situação matérias de jornais como exemplo:

“É a seguinte declaração do acadêmico Boa ventura:
‘Tendo diversos colegas me apresentando um abaixo assinado pedindo para que apoiasse um manifesto que fazia e não declarando qual o partido que deverá eu acompanhar, por uma dessas facilidade assinei o dito manifesto. Chegando hoje em nossa casa, a meu pai eu relatei o ocorrido, estranhando-me ele minha atitude, não podemos ir de encontro as ideias de meu pai, peço retirar meu nome da lista pró-Dantas.
Meus colegas da junto pró-Rosa considerem-me ligado ao partido dirigido pelo eminente chefe dr. Rosa e Silva, 22 de setembro de 1911. – Acadêmico Boaventura Tavares de Lima’”. (DIARIO DE PERNAMBUCO, 11 de outubro de 1911. p. 1.)

Casos como esse são encontrados facilmente nas páginas dos jornais, principalmente no do Diario de Pernambuco, pois era um jornal do partido republicano, que apoiava Rosa e Silva. Além de casos como esse, o acovardamento de muitos jovens por conta da violência era bastante grande, já que muitos não queriam arriscar a sua integridade física. Enquanto uma parcela dos jovens do sexo masculino tinham medo de se expor, um grupo que não tinha direito de voto e nem direito fala quando se tratava política se erguia no meio dessa conturbada eleição: eram as mulheres que estavam impondo e mostrando a sua intenção de voto. Tais mulheres apoiavam o partido liberal, o qual o candidato era Dantas Barreto. Essas mulheres, que em muitos dos jornais da capital pernambucana eram chamadas de sexo belo, tiveram essa denominação dada pela forma que eram vistas, a mulher que tinha que se cuidar para o seu marido, ou futuro marido, como também a ideia de fragilidade.

As mulheres deixaram de lado o medo e iam aos comícios para dar apoio ao candidato Dantas Barretos, sem medo das possíveis represálias que os dantistas estavam sofrendo da política. Mesmo assim, diversos clubes feitos por mulheres, de apoio ao general Dantas Barreto começam a surgir em diversas partes do estado, como a que o jornal A Província do dia 24 de setembro de 1911 relata que, na cidade de Bom Conselho, cem senhoras fundaram o clube Dantas Barreto. Tal atitude mostrava que o apoio não era pelos seus maridos, e sim por suas próprias vozes que pediam por mudança dentro da política do estado. Elas não se intimidavam pelo machismo existente dentro do meio político, elas queriam fazer com que suas vozes fossem escutadas e representadas.

O apoio das mulheres a Dantas Barreto continuava crescendo e outras cidades começavam a criar os seus clubes de apoio à candidatura do general. Em alguns casos havia a unificação dos clubes florianistas, de apoio ao presidente Floriano Peixoto, militar, ao de Dantas, como ocorreu na Vila Nathn (na atual cidade de Moreno). Diversas mulheres, muitas da mesma família, fizeram apoio à candidatura, além de demostrar que não eram apenas espectadoras dentro da política, aram agentes atuantes. Para consolidar o apoio à candidatura, houve a assinatura de um oficio, que teve as assinaturas das seguintes mulheres:
Zenaide de Passos Cabral, Laura da Silva Freitas, Maria Magalhães Vasconcelos, Nazinha Magalhães, Francisca de Assis do Amaral, Diva Pereira da Cunha, Joanna Maria da Concei­ção, Maria Eleutheria do C. Guanaba­ra, Maria do Carmo Oliveira, Maria Cândida Oliveira, Maria Joaquina da Conceição, Noêmia de Carvalho Silva, Clara de Carvalho Silva, Maria José Silva, Rachel do Carmo, Joanna do Carmo, Maria Modesta da Silva, Edila Gonçalves, Aleina Gonçalves, Lili Uchôa da Rocha, Elvira Maria do Nascimento, Francisca Carneiro Lins, Emília Barretto dos Santos, Maria Go­mes de Freitas, Celestina Gomes de Freitas, Maria Emília de S. Rodrigues, Amélia Maria Ribeiro, Claudina Maria de Jesus, Paulina Dantas, Severina Alves de Mello, Virgínea da Silva R. Figueiredo, Analia Amélia de Lyra, Benedicta Maria da silva, Manoela Madalena da Silva, Laura Thereza de Jesus, Maria dos Santos Araújo, Edelvina Guiomar Cordeiro, Henriqueta Maria de Sant’Anna, Anna Candida de Sant’Anna, Severina Maria de Santana, Antônia Maria de Sant’Anna, Maria Martins de Sant’Anna, Maria do Carmo de Sant’Anna, Joanna Pacheco da Silva, Julia Francisca da Conceição, Laura Miranda Fragoso, Justina Marques Ramos, Davina dos Passos Cabral, Joanna Minervina Gouveia, Minervina Almeida Gouveia, Antônia Balbina, Alexandrina Maria Conceição, Cândida Carneiro P. Almeida, Anncarneiro P. Almeida, Maria Cândida P Almeida, Severina Cândida P. Al­meida, Josepha Cândida P. Almeida, Noemia Candida P. Almeida, Maria José de Vasconçellos, Maria Cavalcante da Costa, Amélia Cavalcante da Cos­ta, Maria Marques Ramos, Maria Mar­ques Conceição, Etelvina de Oliveira, Rosa Emília da Conceição, Maria Olindina da Silva, Anna Vieira do Car­mo, Felismina Vieira do Carmo, Ma­ria Vieira do Carmo, Rita Daniel da Silva, Angélica Daniel da Silva”. (A província, 16 de outubro de 1911).

Como podemos ver pelos diversos nomes acima, houve apoio forte das mulheres. Foi escolhido colocar os nomes ao invés de dados, para mostrar que existiam rostos desse movimento, que elas estavam à frente e participativas na campanha, participando dos comícios e da dinâmica das eleições. Além dos clubes, segundo Duarte (2018, p. 146), as mulheres produziam e mandavam “inúmeras cartas de apoio escritas e enviadas aos jornais da capital, proclamando-se ‘apoiadoras do candidato Dantas Barretos em nome da moralidade do glorioso estado de Pernambuco’”. A participação das mulheres sempre era ressaltada por dantistas em discursos e debates, como o que foi feito no dia 09 de outubro do ano da eleição, onde o orador, Pacifico dos Santos, que era sempre interrompido por aplausos, fez uma entusiasmante fala sobre a importância da participação das mulheres nas eleições.  

“O orador estrepitosa e entusiasmadamente correspondido, quando, depois de mostrar a importância da mulher pernambucana, nessa campanha, onde ela, embora sem ir às urnas, já tem elegido o grande general, pelo seu voto, pelo seu aplauso, pela sua incontestável preponderância, ergueu vibrantes vivas a república, ao marechal Hermes da Fonseca, ao general Dantas Barreto” (A província, 09 de outubro de 1911).

A importância da participação das mulheres era notada pelos homens, que mesmo orgulhosos, assumiam que era de grande importância a participação das mulheres dantistas em tão importante eleição para o estado de Pernambuco. Além de sua importância, a sua coragem também chamava a atenção de muitos, pois enfrentavam o que fosse nos comícios que sempre estavam presentes, no entanto, cada vez que as eleições se aproximavam, os comícios ficavam mais perigosos por conta dos embates entre rosistas e dantistas, mas nem isso afastavam as mulheres de tais locais. Como no do dia 04 de novembro, um dia antes das eleições, que José Bezerra, apoiador de Rosa e Silva, pode presenciar e depois escrever nas páginas do Diario de Pernambuco o seguinte:

“As moças do Recife (lá está no seu discurso), entusiasmadas a uma tempo pelo garbo marcial do candidato e impulsionadas pelo santo ódio aos liberticidas, não tiveram meias medidas: tomaram de assalto o carro, treparam no estribo e polvilharam de beijos, que estalavam como estampidos de metralhadoras, as faces rosadas do intemerato salvador de Pernambuco” (Diario de Pernambuco, 04 de novembro de 1911).

Essas mulheres não tinham medo de nada, nem dos atropelos dos marmanjos que formavam a guarda de honra. Tal atitude mostrou a valentia das mulheres dantistas e foi dessa forma, com a afronta dessas moças pelo que a sociedade vinha impondo há séculos, que o general recebeu o “point rose”, uma espécie de ponto final, um marco do final das campanhas eleitorais. Para o dia da eleição, as mulheres montaram, segundo Duarte (2018, p. 146), “um mecanismo para fiscalizar o processo eleitoral e ter adentrado nas funções institucionais eleitorais, nas que para elas pareciam ser falhas”.

Entretanto, no dia da eleição, o que mais chamou a atenção nos atos das mulheres dantistas foi o fato de que elas tiveram de pegar em armas para defender os seus lares contra os cangaceiros a serviço das oligarquias de Rosa e Silva. Durante esse acontecimento a oposição chamava os apoiadores de Dantas Barreto de Milícias Urbanas, e os acusavam de estar saindo às ruas armados e impondo medo aos eleitores rosistas. A polícia estava nas ruas, trocando tiros, em intensos tiroteios para manter a ordem. Sendo que as mulheres que pegaram em armas para proteger os seus lares eram também classificadas como arruaceiras, já que eram apoiadoras de Dantas Barreto. Tal atitude teve repercussão nacional e mostrou a coragem dessas mulheres para defender o seu lar e seus princípios políticos. A revista O Malho, do Rio de janeiro, fez a seguinte matéria:

“Mirem-se neste espelho! A verdadeira intervenção!
Senhoras e senhoritas pernambucanas que no Recife, pegaram em armas para defenderem os seus lares domésticos do ataque dos cangaceiros ao serviço da política da ex oligarquia de Rosa e Silva.
Como este, havia outros grupos em todos os bairros da capital de Pernambuco.
Esta sim, é que foi a verdadeira intervenção contra a oligarquia!”

É possível notar pelo título da matéria, “Mirem-se neste espelho! A verdadeira intervenção!”, feita pela revista mostra que tal atitude transformou-se em um exemplo para as mulheres de todo o país daquela época. Mostrou também que a força das mulheres e a sua vontade por mudanças e na defesa do que elas acreditavam, fez-se valer a pena. De acordo com Zacarias (2017, p. 175), “tal postura destemida fez os repórteres cariocas transcenderem a cobertura de uma eleição estadual”. E podemos levar em conta o que a própria revista dizia, que não existia apenas um grupo dentro da cidade do Recife, haviam vários que lutavam contra a oligarquia, contra Rosa e Silva. O que deixa bastante claro que uma grande parcela das mulheres que apoiavam Dantas Barreto foi à luta sem medo. 

Toda a luta e força demonstrada pelas mulheres dantistas foi recompensado após a apuração das urnas, quando foi dada a vitória para o candidato Dantas Barretos, mesmo havendo uma grande repercussão sobre quem realmente venceu. Essa vitória foi também a vitória das mulheres, pois em uma época que elas não tinham voz e nem direitos, levantaram-se e lutaram pelo que elas acreditavam, exerceram um papel importante dentro dessas eleições e ganharam o reconhecimento não só do povo pernambucano, mas de todo o país, que foi conhecido pelas páginas da revista O Malho e outras.  

Fontes
Jornal – A província de 1911
Jornal – Diario de Pernambuco de 1911
Revista - O Malho. Rio de Janeiro, 05 de Outubro de 1912.

Referências
Jônatas Lins Duarte é licenciado e mestre em história pela Universidade Federal de Pernambuco.
Cynthia Maria de Barros Soares, graduanda em Letras Português/Inglês e graduanda em Biblioteconomia pela Universidade Federal de Pernambuco.
ANJOS, João Alfredo dos. A revolução pernambucana de 1911: movimento popular liderado pelo general Dantas Barreto contra a oligarquia do conselheiro Rosa e Silva. Recife: Fundação de Cultura Cidade do Recife, 2009.
DUARTE, Jônatas Lins. Modernização do porto e do bairro do Recife: Impactos causados pelas obras na população da freguesia (1909-1914).2018. Dissertação (Mestrado em história) Departamento de história, Universidade Federal de Pernambuco. Recife.
GUERRA, Flávio. História de Pernambuco. 2.ed. -. Recife: Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco, 1979.


3 comentários:

  1. Que prazer ler esse trabalho. Parabéns pelo texto e pela discussão proposta. Eu penso em como seria interessante mostrar essa perspectiva nas aulas de história. Hoje em dia, as pessoas tendem a pensar que as coisas vieram prontas, sem movimentos, sem lutas... Se você precisasse introduzir essa temática para alunos do ensino médio de uma escola de educação básica, por quais caminhos poderia explorar? Compreendendo as limitações existentes no ambiente de sala de aula e de conteúdos, no ensino de História.

    Abração!
    Emerson Melquiades Ribeiro

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Boa tarde Emerson, é um grande prazer ter você como leitor desse trabalho e por ter feito esse ótimo questionamento. Sabemos que o conhecimento que é produzido deve ser realmente voltado para a sociedade e como estamos aqui discutindo história, a sala de aula é um ótimo espaço para poder trabalhar esse conhecimento, não sendo ele o único. Acredito que inicialmente como professor, temos que desconstruir que o livro didático é a grande fonte de conhecimento da escola, sendo ele apenas um norteador para o conhecimento que a der ser introduzido nas salas. Já sabemos que isso já está sendo bastante discutido na academia, mas ainda falta muito para ser posto em prática efetivamente.

      Para inserir essa discussão, buscaria fazer um paralelo entre o cotidiano dos alunos dentro de uma perspectiva micro, de seu ambiente local até uma macro, contextualizando para o mundo. Essa graduação tem o intuito de mostrar que cada um dentro daquela sala e produtor de história e faz parte de um contexto muito maior e completa a história de um macro. A partir dessa discussão faria um paralelo entre a vida atual da mulher brasileira, seu “direitos” e sua “liberdade”, com os das mulheres do início do século passado, levantando questionamentos que sé não houvesse essas mulheres, que por tanto tempo ficaram anônimas, não haveria os “poucos” avanços dos direitos das mulheres atualmente. Questionaria a todas as alunas e alunos, se a luta de hoje por direitos seria relevante, ou se não valeria a pena, fazendo a relação com a luta dessas mulheres nas eleições de 1911. Essa discussão sempre com o intuito de buscar que esse estudantes passem por um processo catártico, mesmo sabendo que talvez não conseguisse atingir o objetivo com todos os estudantes.

      Essa temática abordaria em um momento que o conteúdo programática da escola fosse propício, não necessariamente num momento que estivéssemos estudando a década de 1910, mas que houvesse a abertura dos direitos das mulheres, como também da população pobre, levantando sempre o questionamento das pressões exercidas pela população em busca de direito e mostrando que os inferiorizados tem poder para mudar a sua história.

      Trabalharia uma temática dessa em grupos, até por saber das limitações existentes no ambiente de sala de aula, como você falou. Traria algumas copias para dividir entre os grupos de alguns trechos de textos acadêmicos e de fontes primárias, para os alunos interajam com o conhecimento e questione eles, conhecimento esse que seria fora do livro didático, abrindo a discussão da possibilidade de onde se encontrar outras fontes de conhecimento, deixando sempre as referências de onde foi tirado esse material que levei para eles.

      Não sei se consegui responder a sua pergunta claramente, acredito que sou um pouco prolixo, mas espero que tenha ajudado, mas se não fique à vontade para fazer uma nova pergunta.

      Um grande abraço para você!
      Jônatas Lins Duarte.

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