Gizelle Ribeiro da Silva


CHRISTINE DE PIZAN (1363-1430) E OS ESPAÇOS DE ATUAÇÃO FEMININA NA OBRA A CIDADE DAS DAMAS (1405)


Christine de Pizan
Christine de Pizan foi filha de Thomas de Pizan (c. 1310-1387), médico, astrólogo e intelectual que trabalhou na corte francesa de Carlos V (1364-1380). Christine nasceu em Veneza no ano de 1364. Mudou-se para o Reino da França aos 4 anos, onde manteve contato com obras de literatura, mitologia, entre outros. Assim, Pizan cresceu em um ambiente propício à educação e teve acesso a mesma educação direcionada a membros da corte real, pois foi Carlos V que determinou que a filha de seu médico pessoal tivesse este acesso educacional. (Souza, 2013, p. 20).

Como afirma Macedo: “Cristina teve clara consciência de si própria e de sua condição de poetisa e escritora. Interessava-se pela organização de seus livros, pela direção dos copistas envolvidos na preparação dos manuscritos, pela ilustração de cada um deles. Era reconhecida como autora brilhante já em vida, a ponto de seu amigo João Gerson tê-la qualificado de insignis femina, virilis femina (mulher insigne, mulher viril) (...). A atuação de Cristina pode ser notada também no plano político. Sua brilhante carreira literária permitiu que frequentasse, juntamente com os filhos, as cortes da alta nobreza” (Macedo, 2002, p. 93-94, 96).

Como era costume nas famílias deste contexto, aos 15 anos Christine casou-se com Etienne du Castel, um jovem nobre que, após alguns anos de casado, assumiu a função de secretário do rei Carlos V. Com ele, Christine teve três filhos, e os pesquisadores da sua vida supõem que o seu casamento era harmonioso e seu marido a encorajou a continuar com os estudos. Porém, ficou viúva aos 25 anos (Neri, 2013, p. 70). Diante das perdas que tivera e tendo que assumir a administração da casa, Christine viu no domínio da escrita a solução para providenciar o sustento de sua família. Segundo Luciana Calado, Pizan foi a primeira “mulher a exercer o ofício de escritora, como profissão e fonte de renda” (Calado, 2006, p. 15).

Assim, Christine conseguiu se movimentar no meio literário masculino por ser bem relacionada e viver na corte real francesa. Primeiro, quando lutou por seus direitos quando ficou viúva; e depois quando decidiu atuar em um espaço exclusivamente masculino e trabalhar, levando, com isso, a refletir sobre a situação de inferioridade da mulher na sociedade na qual vivia, fazendo, assim, vários questionamentos sobre os motivos dos seguidos ataques que sofria no meio literário, como os realizados por João de Meung, o qual ela admirava, porém, questionava (Souza, 2013, p. 29). Nesta trajetória, uma de suas principais obras foi “A cidade das damas”.

A obra “A cidade das damas”
A obra “A cidade das damas” utiliza em sua narrativa os chamados exempla, ou seja, pequenas histórias de cunho moral, fictícias ou não, as quais eram utilizadas para fazer com que seus leitores seguissem bons exemplos, sendo um tipo de texto que foi muito utilizado no período medieval. Esse tipo de texto servia para que os ouvintes tivessem exemplos morais a seguir, para, por exemplo, se afastarem do pecado e de pensamentos e atitudes imorais. Alguns autores durante o período medieval fizeram obras voltadas para essa temática abordando os pecados e as virtudes, entre eles Christine (Calado, 2006, p. 58).

A ideia de recuperar do passado e ressignificar a memória de mulheres virtuosas e com vidas exemplares, na visão de Christine, seria fundamental para construção da cidade “A cidade das damas”, ou seja, uma cidade imaginária, pois as suas qualidades seriam como as pedras que moldariam a cidade. Neste sentido, recordamos o significado do conceito de memória social de Patrick Geary, o qual demonstra uma intensa relação entre o presente e o passado no contexto medieval (Geary, 2002, p. 167-181). Por exemplo, mulheres guerreiras, como as amazonas, foram recuperadas do passado por Christine para fazer parte das fundações, já que as mesmas teriam que lutar para ter seu lugar no campo masculino, o qual, na visão de Christine, era o campo das letras, pois as mulheres sábias poderiam assegurar o conhecimento: “Na ‘cidade das Damas’ podemos contar mais de 100 exemplos de mulheres que figuram ali para ser imitados, desta maneira a autora forneceu meios para que as mulheres pudessem desarmar seus adversários e conseguissem triunfar sobre eles. O texto de Cristina foi todo permeado por argumentos e exemplos capazes de mostrar o quanto as mulheres poderiam deixar de ser sujeitos passivos em suas vidas (...)”. (Souza, 2013, p. 61).

Os estudos sobre “A cidade das damas” estão inseridos em uma perspectiva de mudança historiográfica ocorrida a partir da década de 60 do século passado, e que obteve o seu auge em termos de reflexão intelectual na década de 80, com o surgimento da categoria gênero. O desenvolvimento da categoria gênero apresenta como principal característica uma abordagem voltada para o âmbito da natureza e da cultura, possibilitando uma crítica ao sexismo e afirmando que, na natureza, as desigualdades entre homens e mulheres são estabelecidas com base nas diferenças físicas entre os corpos. Assim, compreendemos que a categoria gênero é importante não apenas para compreender o papel histórico imposto às mulheres, mas também para fazer história da masculinidade e, portanto, compreender melhor as relações de poder existente entre homens e mulheres (Soihet, 2011, p. 406).

Neste sentido, segundo Scott:

(...) o desvio para o gênero na década de 80 foi um rompimento definitivo com a política e propiciou a este campo conseguir o seu próprio espaço, pois gênero é um termo aparentemente neutro, desprovido de propósito ideológico imediato. A emergência da história das mulheres como um campo de estudo envolve, nesta interpretação, uma evolução do feminismo para as mulheres e daí para o gênero; ou seja, da política para a história especializada e daí para a análise (Scott, 1992, p. 64-65).

Em cada capítulo da obra, a autora elabora argumentos através do diálogo entre as damas alegóricas (Razão, Retidão e Justiça) acerca de temas que eram apenas discutidos por homens e, com isso, ela defende o direito da mulher para trabalhar com a palavra (Calado, 2006, p. 45).

Em sua obra, Christine de Pizan idealiza uma cidade na qual as mulheres serão apreciadas e defendidas contra a misoginia. Pizan realiza isso recuperando a memória de várias personalidades femininas e mitológicas do passado que mantiveram, de acordo com ela, uma atuação destacada no campo das letras e das ciências, ressaltando suas qualificações e engrandecendo suas virtudes (Souza, 2013, p. 49).

A obra apresenta três figuras alegóricas que são as damas Razão, Justiça e Retidão, com as quais Pizan realiza um diálogo tendo como objetivo estabelecer a verdade acerca das mulheres e desconstruir estereótipos negativos observados em seu contexto, ou seja, provenientes de um mundo dominado pelo sexo masculino. Segundo Calado: “(...) a autora, num primeiro momento, revida os ataques misóginos difundidos nas obras da época, justificando com a citação de uma série de homens da história que dão prova de covardia, fraqueza, ao mesmo tempo em que resgata as mulheres de força, coragem, inteligência. Em seguida ela abre espaço para um outro discurso, a questão do feminino/masculino como condição do ser humano. Nesse caminho, são levantados vários exemplos de falha e virtudes recíprocas, prova da complexidade e imperfeição da própria condição humana” (Calado, 2006, p. 105).

A estrutura textual da obra A cidade das damas
Fazendo várias lamentações acerca da mulher e se questionando sobre o motivo de existirem diversos ataques à conduta das mulheres, Christine adormece e então é despertada pelas três damas. Na primeira parte do livro, as damas debatem com Christine a respeito das suas lamentações e cada dama se apresenta informando o nome e a sua função. Em seguida, é apresentada a cidade que foi destinada a Christine para ser construída, e então cada dama se aproxima e informa a Christine de que forma cada uma irá colaborar para a construção da cidade (Souza, 2013, p. 61).

Na segunda parte de “A cidade das damas”, Christine é chamada pela dama Retidão para dar andamento à construção da cidade: “Pegue as tuas ferramentas e venha comigo. Não hesite; misture a tinta no cartucho e, com a tua pluma, comece a construção, pois fornecerei o material suficiente para, em poucas horas, e com ajuda divina, termos edificado altos palácios reais e nobres mansões de excelentes e ilustres damas gloriosas (...)” (Pizan, 2006, p. 209).

Na terceira e última parte da obra, a dama Justiça surge na narrativa com a função de fortificar a cidade. Neste sentido, Maria, que no contexto de Christine já tinha o seu culto estabelecido e consolidado na Cristandade, é coroada como a rainha da cidade. Nessa última parte, Christine apresenta as santas mulheres que só se casaram com Deus, rejeitando serem submissas aos homens. Entretanto, ela também apresenta vários exemplos de mulheres que amavam seus maridos, porém, sendo apegadas a fé (Souza, 2013, p. 80).

Os espaços de atuação feminina destacados por Pizan
Nesse ponto, vamos analisar, de acordo com Pizan, algumas afirmações masculinas sobre alguns espaços de atuação feminina. Tais espaços referem-se, por exemplo, ao espaço intelectual, ao espaço dos saberes relacionados à adivinhação, ao espaço da atividade tecelã e ao espaço da administração. Para isso, é necessário resgatar o conceito de memória social que apresentamos no começo deste trabalho, o qual demonstra uma intensa relação entre o presente e o passado no contexto medieval (Geary, 2002, p. 167-181). Ou seja, a memória social serve como um repositório no qual podem ser encontrados exemplos do passado, os quais podem ser utilizados e reinterpretados a partir do contexto contemporâneo do autor, que realiza modificações no mesmo a partir do seu presente.

Primeiramente, vamos analisar o seguinte fragmento: “Boccaccio fala ainda, confirmando a tese que expus, daquelas mulheres que não acreditam em si nem em suas capacidades, como se tivessem nascido nas montanhas longínquas, ignorando o que é o bem e o prestígio, e que se desencorajam e dizem que não servem a outra coisa além de atrair os homens, e de pôr no mundo e educar os filhos” (Pizan, 2006, p. 178).

A autora engradece algumas mulheres que se afastaram dos deveres femininos para se empenharem no estudo de grandes autores. Christine aborda essa temática na obra para exemplificar para aquelas mulheres que não acreditam na sua capacidade em relação à aprendizagem de filosofia e das ciências, assim como em confiar em si mesmas e se debruçarem em tal atividade.

Além disso, Christine comenta que por conta da educação que as mulheres tinham passaram a não acreditar em si mesmas no que diz respeito ao estudo das letras e das ciências, isso porque a educação feminina era voltada para os cuidados da casa e dos filhos, e poucas tinham a oportunidade de acesso à educação. Além disso, no pensamento masculino, a mulher deveria desempenhar atividades do lar destinados a mulher. Outra acusação masculina em relação às mulheres era a fama de sempre estarem atraindo a atenção dos homens.

Em sua obra, Pizan, a todo momento, resgata personagens do passado para fortalecer os seus argumentos. Segundo Pizan: “Muito ilustre também foi Proba, de Roma, esposa de Adelfo. Era cristã e de grande inteligência. Amava tanto os estudos e se dedicou com tanto ardor que conseguiu aprender as setes artes liberais, tornando uma grande poetisa. Voltou-se particularmente ao estudo dos textos em versos, em especial, os poemas de Virgílio, que tinha sempre em mente. Uma vez lido com grande empenho, e procurado entender bem o significado, resolveu colocar em versos harmoniosos e densos os dez livros da Sagrada Escritura e as histórias do Velho e Novo Testamento. Certamente, disse Boccaccio, é de causar espanto que uma tal ideia nasça de um cérebro de uma mulher” (Pizan, 2006, p. 178).

Christine aborda o assunto da educação feminina trazendo o exemplo de Proba. Segundo Pizan, Proba dedicou-se ao estudo das obras de Virgílio procurando entender como o mesmo escrevia, dessa forma ela resolveu fazer seus versos e colocá-los em livros e, com esse desempenho, Boccaccio afirmou que era de se admirar que tais versos saíssem da cabeça de uma mulher. Em sua narrativa, Christine evidencia as mulheres voltadas para as letras, e algumas que se destacaram. Entretanto, na obra “A cidade das damas”,as mulheres que desempenharam um importante papel na prática de adivinhações tiveram seu espaço social destacado e assim ela cita algumas que se tornaram grandes mestras em tal atividade.

Outra personagem do passado resgatada por Pizan foi Mantoa. Segundo Pizan: “Esta mulher, chamada Mantoa, vivia na época de Édipo, rei de Tebas. Ela tinha uma inteligência tão grande e tão nobre que dominava a piromancia, quer dizer a arte de ler o futuro através do fogo. Dizem que os Caldeus, que praticavam essa arte na Antiguidade, a descobriram; já outros dizem que foi o gigante Nemrod. Não havia na época nenhum homem que soubesse mais do que aquela virgem o movimento das chamas, as cores ou o barulho do fogo” (Pizan, 2006, p. 181).

A autora inseriu na narrativa a história de Montoa para exemplificar as mulheres que desempenharam com sucesso a atividade de adivinhação. Ela a descreve como uma virgem inteligente que viveu no período de Édipo que e dominava a piromancia, ou seja, a arte de ler o futuro através do fogo. Observamos até o momento a recuperação de mulheres que desempenharam muito bem as atividades que tiveram acesso, tanto nas letras como nas artes de adivinhações. Christine resgata o exemplo dessas mulheres para mostrar aos homens que duvidavam da capacidade das mesmas e que as caluniavam, onde ela comprova através desses exemplos que muitas mulheres tinham a mesma inteligência e desenvoltura que eles para realizarem diversas atividades.

Podemos observar outro espaço de atuação feminina proposto por Pizan neste fragmento, ou seja, o educacional, utilizando o exemplo da nobre Carmenta:

“Que se calem! Que se calem a partir de agora, os clérigos que maldizem as mulheres, e todos aqueles aliados e cúmplices as criticam em seus livros e poemas! Que baixem os olhos de vergonha de ter ousado mentir em seus escritos, quando vemos que a verdade contraria o que eles dizem, uma vez que a nobre Carmenta foi para eles uma professora – isso eles não podem negar-, e que eles receberam de sua alta inteligência o conhecimento da escrita latina de que eles se orgulham tanto e se sentem honrados” (Pizan, 2006, p. 192).

Christine colocou na sua obra mulheres com feitos exemplares para desconstruir as críticas masculinas existentes em livros e poemas, mostrando, dessa forma, as virtudes e fazendo eles se envergonharem das calúnias lançadas às mulheres. Por exemplo, provando ao contrário do que os homens diziam, principalmente em áreas voltadas para as letras, como o exemplo dado da jovem Carmenta que demonstrou seu desempenho na língua e na escrita latina, da qual os homens se orgulhavam por serem os únicos a saberem. Assim, a autora demonstrou que não eram apenas eles que tinham a sabedoria para ter conhecimento sobre a língua latina.

Assim, como a autora mostra na obra mulheres que tiveram destaque nas ciências, ela dá ênfase também para aquelas que tiveram bom desempenho no artesanato, trazendo com suas peças de arte uma melhor qualidade de vida para a comunidade que as cercava. Para isso, ela cita o exemplo de Aracne:

“Foi ela [Aracne] quem primeiro descobriu como cultivar o linho e o cânhamo, como ordenar, e isolar as fibras têxteis por maceração e depois fiar e tecer no fuso. Ouso afirmar que esta atividade foi bastante necessária para a humanidade, mesmo se muitos homens reprovam às mulheres de praticá-la. Foi também Aracne quem descobriu a arte de fabricar redes, laços e esteiras para pegar pássaros e peixes” (Pizan, 2006, p. 194).

Com relação à atividade têxtil, os homens não estavam de acordo que as mulheres a praticassem. Entretanto, Christine relata a história de uma jovem Aracne, que aprendeu a trabalhar com redes, esteiras e foi ela quem primeiro soube como fabricar o linho, e que essa prática trouxe benefícios a sua comunidade.

As mulheres citadas na obra de Christine de Pizan trouxeram benefícios para a sociedade ao longo da história, e mesmo que algumas sejam mitológicas elas contribuíram para conscientizar as mulheres da sua aptidão.

Considerações finais
O objetivo deste trabalho foi analisar a obra de Christine de Pizan, “A cidade das damas”, destacando os espaços nos quais, para a autora, a mulher, no contexto do começo do século XV, tinha uma atuação ativa.

Neste sentido, podemos observar que a autora faz uma reflexão, através da recuperação de diversas personagens do passado, sobre a presença feminina na educação e nas letras. Nesse ponto observamos as injúrias masculinas e destacamos, a partir da visão de Christine, as mulheres que se sobressaíram nos estudos, tais como filósofas e poetisas, onde mostramos vários exemplos apresentados por Christine, a qual, ao contrário da visão misógina da época, demonstrou o local de atuação das mulheres do seu período, contrariando as injúrias lançadas pelos homens.

Com isso, analisamos neste trabalho como as mulheres eram vistas no Medievo tanto a partir da visão masculina, uma visão misógina, quanto a partir da visão feminina, especificamente de Christine de Pizan. Neste sentido, desenvolvemos questões sobre como eram imaginadas naquele período, o contexto social no qual viviam, assim como podemos compreender os espaços em que eram impedidas de atuar e principalmente as críticas que foram tecidas em relação a este grupo social.

Também podemos observar, através da narrativa da obra “A cidade das damas”, como Christine de Pizan desconstruiu o discurso misógino com o qual convivia, utilizando argumentos fundamentados nos exemplos de várias mulheres que tiveram destaque na história e outras que foram resgatadas do campo mitológico para compor sua cidade imaginada e, com isso, desconstruir as críticas laçadas pelos homens. Ao longo da leitura e análise da obra, Pizan deixa claro que as mulheres assumiram posições e desenvolveram atividades que eram restritas aos homens e, com isso, observamos uma desconstrução da visão masculina quanto às habilidades da mulher no Medievo, assim como nas próprias mulheres, ao tomarem consciência de sua habilidade e colocá-la em prática.

Referências
Gizelle Ribeiro da Silva é graduanda em Licenciatura Plena em História na Universidade de Pernambuco – UPE (Campus Petrolina). Orientador: Prof. Dr. Luciano José Vianna (UPE – Campus Petrolina). É integrante do Spatio Serti – Grupo de Estudos e Pesquisas em Medievalística da UPE/Petrolina.

Fonte
PIZAN, Christine de. A cidade das damas. In: CALADO, Luciana Eleonora de Freitas. A cidade das damas: a construção do imaginário utópico de Christine de Pizan. Recife, 2006. Tese (Doutorado em História) – Universidade Federal de Pernambuco, 2006.

Referência
CALADO, Luciana Eleonora de Freitas. Introdução. In: CALADO, Luciana Eleonora de Freitas. A cidade das damas: a construção do imaginário utópico de Christine de Pizan. Recife, 2006. Tese (Doutorado em História) – Universidade Federal de Pernambuco, 2006.

GEARY, Patrick. Memória. In: LE GOFF, Jacques e SCHMITT, Jean-Claude (eds.). Dicionário Temático do Ocidente Medieval. Vol. II. São Paulo: EDUSC, 2002, p. 167-181.

MACEDO, José Rivair. A mulher na Idade Média. São Paulo: Contexto, 2002.

NERI, Christiane. Feminismo na Idade Média: conhecendo a cidade das damas. Revista Gênero & Direito, v. 2, n. 1, p. 68-85, 2013.

SCOTT, Joan. História das mulheres. In: A escrita da história. Novas perspectivas. Peter Burke (Org.). São Paulo: Editora UNESP,1992, p. 63-95.

SOIHET, Raquel. História das mulheres. In: Domínios da história. Ensaios de Teoria e Metodologia. Ciro Flammarion Cardoso; Ronaldo Vainfas (Orgs.). Rio de Janeiro: Elservier Editora Ltda., 2011, p. 263-283.

SOUZA, Daniele Shone de. A cidade das damas e seu tesouro: o ideal de feminilidade para Cristiane de Pizan na frança do início do século XV. Curitiba, 2013. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal do Paraná, 2013.



16 comentários:

  1. Gizelle, bom dia.

    Em qual perspectiva Pizan consegue romper com a tradição misógina no final do Medievo? Além disso, quais são os espaços que Pizan propõe em sua obra que as mulheres deveriam ocupar em seu contexto?

    Parabéns pelo trabalho.

    Luciano José Vianna

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    1. Boa noite

      Christine de Pizan,quebrar a tradição misogina retrucando críticas preconceituosas tercida contra as mulheres no período
      E depois reconstrói a imagem da mulher,onde na obra A cidade das Damas a autora constrói e povoa uma cidade imaginária com mulheres que tiveram vidas exemplares. além disso na obra ela exemplifica mulheres que tiveram destaques nos espaços da política, intelectual,saberes relacionado a adivinhação, Administrativo, é com isso ela propõe na obra que as mulheres têm capacidade para ocupar tais espaços que era ocupado por homens.

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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    3. Boa noite

      Christine de Pizan,quebrar a tradição misogina retrucando críticas preconceituosas tercida contra as mulheres no período
      E depois reconstrói a imagem da mulher,onde na obra A cidade das Damas a autora constrói e povoa uma cidade imaginária com mulheres que tiveram vidas exemplares. além disso na obra ela exemplifica mulheres que tiveram destaques nos espaços da política, intelectualidade,saberes relacionado a adivinhação, e administrativo, com isso ela propõe na obra que as mulheres têm capacidade para ocupar tais espaços que era ocupado por homens.

      Gizelle Ribeiro da Silva

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  2. Boa tarde!

    Em relação a educação, quais os tipos de discursos normatizantes mais evocados para contrapor a pratica da formação educacional feminina? Quais pontos a Pizan utiliza como contra-discurso em defesa da formação das mulheres em sua obra?

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    1. Christine de Pizan, Teve acesso a educação privilegiada por ter crescido em meio a nobreza, com seu acesso a mas variadas obras e temas a mesma começou a refletir sobre o acesso a educação das mulheres sendo que nesse período a educação não era para todos, e a educação recebida pelas mulheres era direcionada para as tarefas do cotidiano, ou seja cozinha, cuidar da casa, filhos, porém a autora rebate as críticas lançadas pelos homens em relação a capacidade das mulheres, ultilizando exemplos de mulheres que tiveram feitos exemplares no meio intelectual,sendo assim ela defende na obra que a mulher tem capacidade de ter o mesmo acesso educacional que os homens.

      Gizelle Ribeiro da Silva.

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  3. Boa noite!
    Christine buscou transmitir em sua obra que a mulher não precisava ser passiva. Qual foi a atitude tomada pela Igreja com relação a essa nova perspectiva?

    Parabéns pelo trabalho.

    assinado:Vitória Rodrigues de Brito

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Boa tarde!

    Primeiramente gostaria de parabenizar pelo trabalho, o qual está rico em informação e contempla de forma muito coerente toda a obra estudada.
    Podemos perceber na obra e você aborda como tema principal, os espaços de atuação feminina. Gostaria de saber se poderíamos, e se sim, como utilizar a obra com esse viés no ensino de História, para compreensão da atuação da mulher no período medieval.

    Desde já, obrigada
    Raiely Godoi Melo

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  6. Olá, Boa noite


    Para que os alunos compreenda a atuação da mulher nesses espaços no período, é interessante o professor a depender da série que esteja ensinando, passar uma pesquisar para turma, onde o mesmo citase quais pontos gostaria que os alunos abordassem,dessa forma acredito que irá ter um bom aproveitamento quanto a compreensão da atuação da mulher no período medieval.


    Gizelle Ribeiro da Silva

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  7. Christine destaca atitudes morais em sua obrar. Quais eram as atitudes consideradas por ela como morais?
    Vitória Rodrigues de Brito

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  8. Olá, Bom dia

    A autora ultilizar exemplar, pequenas histórias de conteúdo moral, fictícias ou não,para recupera o passado e ressignifica a memória de mulheres virtuosas e com vidas exemplares na visão de Christine de Pizan, que seria fundamental na construção da cidade, A cidade das Damas, as atitude morais que ela recupera está relacionada ao comportamento das mesma na sociedade pois ela traz exemplo de mulheres que foram instruídas e prudentes que executaram atividades política,administrativa,e militares, mostrando também mulheres que foram exemplo de comportamento matrimonial.



    Gizelle Ribeiro da Silva

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  9. Boa tarde!
    Gostaria de parabenizá-la pelo trabalho maravilhoso.
    Christine de Pizan trata na terceira parte do livro, do povoamento da cidade das damas, onde fala sobre as muitas mulheres cristãs, algumas santas segundo a igreja católica, e que fariam parte do povoamento da cidade. A respeito dessas mulheres gostaria que você falasse um pouco mais sobre como elas se encaixam na obra, sendo mulheres detentoras do saber.

    Bianca Gomes Barroso.

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  10. Olá, Boa noite
    Obrigada pelo carinho

    Na ultima parte da obra, a autora resgata personagem de virgem e santas, elas se encaixam para mostrar que Deus deu a mesma força e constância, igualmente dada ao homens, para se submeter a horríveis martírios,e com a intenção que suas vidas sejam seguidas como exemplo de virtude.


    Gizelle Ribeiro da Silva

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