Gênero e Ensino de História: Como e o porquê de abordar questões de gênero nas aulas de História
Análises da produção, na área do ensino e da aprendizagem de História, têm evidenciado preocupações com questões referentes ao estudo de gênero na sala de aula. Um dos principais questionamentos acerca desse assunto é em relação ao modo de abordagem e aos motivos pelos quais se deve tratar de gênero na disciplina de história.
Ensinar história é mais do que decorar datas e enfatizar personagens e feitos históricos Ensinar história diz respeito à relação de percepção e ressignificação dos conteúdos curriculares com a realidade para que o aluno possa problematizar o presente e buscar no passado, dados para analisar o meio social em que vive e, assim, construir o próprio conhecimento e visão de mundo. Seguindo essa linha, o documento da área de História dos Parâmetros Curriculares Nacionais discorre que os objetivos do ensino de História são: o desenvolvimento de capacidades cognitivas como estabelecer relações históricas entre passado/presente; situar conhecimentos históricos em distintas temporalidades; reconhecer semelhanças, diferenças e permanências e conflitos sociais em contextos históricos, dominar técnicas de pesquisa com diversas fontes, valorizar o patrimônio sociocultural e à cidadania, respeitar a diferença social, étnica e cultural dos povos, dentre outros. Portanto, se a História como disciplina tem a preocupação quanto à formação de cidadãos no sentido de que os sujeitos não saibam apenas interpretar historicamente o mundo, mas que sejam capazes de buscar soluções para os problemas sociais, transformando e construindo a história, então é pertinente que assuntos relacionados a gênero sejam debatidos nas aulas de história.
Falar em gênero é complexo. Vivemos em uma sociedade que persiste em reproduzir os estereótipos de gênero e os ideais de uma cultura machista, reforçando-os na mídia, por intermédio de comerciais, telenovelas, filmes e canções que representam a mulher como mãe, esposa, dona de casa, sempre dependente do homem. Estas representações são fruto de uma cultura social em constante transformação, pois falar de gênero é falar da estrutura organizacional hierárquica da sociedade, do papel exercido pela mulher dentro de um grupo de indivíduos.
A diferença de gênero é construída ao longo das nossas vidas e do convívio social, uma vez que as transformações sofridas pela sociedade ditam o que é certo e o que é errado, qual o papel do homem e qual é o papel da mulher na sociedade, como discorre Molina (2011) “Os papéis sexuais e seus estereótipos foram e são construídos e impostos em diferentes culturas e sociedades ao longo do tempo”.
Gênero e História
Hoje, as mulheres têm acesso à escola e ao trabalho formal devido às lutas e aos movimentos feministas que exigem a igualdade de direitos a ambos os gêneros. Mas durante muito tempo, desde o surgimento das escolas na época do império, o direto à aprendizagem de habilidades intelectuais, motoras e a formação moral, era concedido apenas aos homens, às mulheres restava o direito de aprender a costurar, cozinhar, cuidar da casa, dos filhos, do marido, enfim, a própria existência explicada pelo fato de já nascer predestinada à reprodução humana a fim de dar continuidade à linhagem masculina de um grupo familiar. Portanto, a luta precisa ser continua, pois mesmo com a conquista de direitos as discriminações ainda permanecem como, por exemplo, a desvalorização do trabalho, mesmo ocupando os mesmos cargos dos homens, as mulheres recebem proventos menores.
A constituição do feminino e do masculino é formada a partir dos ditames da sociedade que defini as práticas apropriadas a homens e mulheres. Como as sociedades são construídas por culturas e ideologias diversificadas, existe uma visão distinta em relação a gênero, mas como se pode perceber com base nos movimentos sociais feministas, ao redor do mundo, que buscam o empoderamento da mulher, de modo geral, a figura feminina ainda é estereotipada como um ser submisso, menos capaz do que o homem, continuando a ser vista como um ser frágil e ocupando um lugar menor da hierarquia social, econômica e política diante do egocentrismo da figura machista.
A antropóloga Galey Rubin (1993) busca mostrar que diversos estudos discorrem a respeito da opressão sofrida pelas mulheres dentro da sociedade, mas não identificam as razões da existência dessas opressões, as quais são fundamentais para a construção de novo um meio social sem hierarquia de gênero. Assim, de acordo com algumas teorias da psicanálise, em ‘O tráfico de mulheres: notas sobre a “Economia Política” do sexo’, a autora discuti a questão de gênero na tentativa de construir conceitos para pensar-se na opressão e na sexualidade das mulheres com base em um sistema de sexo/gênero definido como “um conjunto de arranjos através dos quais uma sociedade transforma a sexualidade biológica em produto da atividade humana, e na qual estas necessidades sexuais são satisfeitas.” (RUBIN, p. 3, 1993). O gênero é construído ao longo da trajetória do individuo, sendo resultante da relação das diferenças sexuais que organizam o social e que definem a sexualidade. Portanto, o discurso de Rubin converge para a ideia de que gênero é relação de poder, é uma forma hierárquica de organização social, uma vez que a divisão entre feminino e masculino é uma invenção humana baseada na ordem social e política de um povo e não biológica e sexual.
A sociedade impõe regras comportamentais que constroem o estereótipo feminino e masculino. O homem que se mostra sensível ou que realize, por exemplo, alguma atividade doméstica, é mal visto diante aos demais homens, os quais de forma preconceituosa o excluem dos círculos de relação de negócios e de amizade, pois ao homem cabe a imagem do ser forte, viril, intelecto, já a mulher resta à imagem de um ser sensível, amável, reprodutora, hábil para atividades manuais como a costura, a pintura, o cuidado com a casa e com os filhos, sem a necessidade de aprender atividades mais cognitivas e sem o direito de exercer o papel de cidadã dentro da sociedade em que vive. Visão que se repercuti no tempo como uma marca de poder do homem sob a mulher.
Dessa forma, a mulher se manteve a margem da história durante muito tempo. A história centrada no positivismo ressaltava os feitos dos homens, as guerras e batalhas, nas quais as mulheres não tinham representatividade, e essa é a história que ainda continua a ser repassada em escolas onde prevalece o ensino tradicional. Muitas lutas e movimentos sociais foram necessários para que a mulher começasse a ganhar visibilidade dentro da história e conquistasse o próprio espaço na sociedade.
O homem/ a mulher tem a educação sexual desenvolvida ao longo da sua própria formação quanto sujeito, sendo a escola um ambiente propício à aprendizagem e a construção de vivências, de relações interpessoais. Assim, a escola torna-se um espaço cujos alunos e professores constituem uma parcela ativa da sociedade e onde, segundo Colling e Tedeschi (2015), as desigualdades de gênero são plantadas ou reafirmadas, pois as instituições de ensino desempenham um papel social de mantenedoras, produtoras e reprodutoras de uma cultura dominante que determina o espaço que a mulher ocupa na sociedade a partir de uma ideologia sexista.
Para Grassi (2012) a escola contribui para permanência da divisão de gêneros de modo que a mulher permanece ocupando papeis menos importantes na sociedade, por meio da construção dos currículos escolares e do uso de livros didáticos que apresentam conteúdos centrados em feitos e exaltação de personagens masculinos, sem tratar das representações femininas na História. Ainda, de acordo com a autora, a própria linguagem utilizada pelo educador em sala de aula já revela a hierarquia masculina à medida que o professor se dirige a uma turma de meninos e meninas referindo-se, de acordo com as regras gramaticais, sempre com palavras masculinas como “alunos”.
A escola é um ambiente de construção de conhecimento. Portanto, faz parte da responsabilidade da escola proporcionar aos alunos discussões a respeito de questões sociais que contribuem para a construção do cidadão e para formação de uma identidade local/regional/nacional. A mesma, com base em leis e políticas educativas, representa o espaço onde formamos cidadãos que anseiam por liberdade, tolerância e igualdade de direitos a todos. Está na LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional): “A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
Vivemos centrados em uma ideologia patriarcal que faz com que a distinção entre os gêneros seja concebida de forma natural. A sociedade desacreditada da possibilidade de mudanças cai no conformismo e a mulher aceita a condição imposta pelo restante do grupo social permanecendo submissa, ocupando cargos menores e salários mais baixos, responsabilizando-se pelo cuidado da casa, dos filhos e do marido, enfim, tendo que comportar-se de acordo com o estereótipo dos padrões tidos como normais e aceitáveis para a conduta da mulher. Pela influência dos pais, desde o nascimento as crianças começam a enquadrar-se em um determinado comportamento, dividindo-as em categorias de gêneros meninas/meninos, sendo as meninas vestidas com roupas cor de rosa e os meninos de cor azul, às meninas são ofertados brinquedos como as bonecas e os ursos de pelúcia enquanto aos meninos são oferecidos os carrinhos e a bola.
A mulher, desde criança, é preparada para o casamento. É imposta a mulher a obrigatoriedade de casar-se e de reproduzir-se. Os casamentos funcionam como uma espécie de troca, o homem assume a mulher como esposa dando-lhe o sustento e em contra partida a mulher serve ao marido, cozinhando, limpando a casa, dando-lhe filhos para a continuidade da linhagem, perdendo sua identidade, pois passa a ser identificada como a mãe do “fulano”, a esposa do “cicrano”. Em alguns países ainda há os pagamentos de dotes e os interesses comerciais em unir as famílias influentes, bem abastadas financeiramente.
O sujeito, não nasce homem ou mulher, não há uma condição pré-determinada para a definição sexual da criança, pois o gênero é uma construção social. A não aceitação desse estereótipo faz com que a sociedade a classifique como anormal, a qual sofrerá com preconceitos, como por exemplo, a mulher que chega aos quarenta anos de idade e decide não casar e nem ter filhos é tachada como “solteirona”,
“A sexualidade que é geralmente apresentada na escola está em estreita articulação com a família e a reprodução. O casamento constitui a moldura social adequada para seu ‘pleno exercício’ e os filhos, a consequência ou a benção desse ato. Dentro desse quadro, as práticas sexuais não reprodutivas ou não são consideradas, deixando de ser observadas, ou são cercadas de receios e medos”. (LOURO, 1998, p.41).
Hoje, existem discussões, manifestações e até projetos de lei, que objetivam proibir a temática de gênero na sala de aula sob o argumento de que a escola estaria impondo uma ideologia de gênero aos jovens, desconstruindo e desrespeitando a imagem da família, construída por pai (homem), mãe (mulher) e filhos, sendo o pai no centro familiar, o “chefe da casa”. De acordo Silvino e Henrique (2017) o Ministério da Educação por meio de pressões, precisou refazer o texto do “PNE” (Plano Nacional de Ensino) retirando do discurso às questões de gênero e repassando para os municípios a responsabilidade de adotar ou não a abordagem de gênero nas escolas para que pudesse ser aprovado. Esse tipo de opressão para excluir o debate sobre a questão de gênero nas escolas permite que as mesmas continuem a promoção do caráter preconceituoso da sociedade que é repleto de desigualdades, de preconceitos e de violência contra a mulher e os homossexuais.
É importante discutir gênero na disciplina de História para que os alunos desenvolvam uma consciência histórica de que gênero não é uma questão de sexo, mas da forma de organização estrutural e hierárquica da sociedade que se transforma continuamente. A mídia é um veículo de discursos verdadeiros, que apena transmite as informações na intenção de que essas sejam absorvidas como a realidade dos fatos, sem espaços que oportunizem a reflexão e a oposição de pensamentos, o que ressalta a necessidade da escola abordar questões transversais e produzir novos conhecimentos.
Gênero na sala de aula
As questões de gênero devem ser problematizadas em sala de aula a partir das experiências vividas pelos discentes. A investigação é feita com base nas atividades do cotidiano fazendo com que o aluno reflita a respeito da organização do próprio núcleo familiar, da relação com os amigos e com a escola, da cultura e dos espaços sociais em que vive, perpassando pelos conhecimentos já adquiridos e buscando na História dados que possam explicar o processo de formação da sociedade atual.
Nessa perspectiva, é papel da escola tornar-se um lugar democrático, onde opiniões são formadas, visando o combate à discriminação e ao preconceito, possibilitando a reflexão e a construção de conceitos para que alunos cheguem a um entendimento de que não existe um “modelo ou padrão” de ser e de viver em sociedade, mas concepções e comportamentos distintos.
Molina (2013) revela em sua obra ‘gênero, sexualidade e ensino de história nas vozes de adolescentes’ uma pesquisa de campo no Colégio Estadual Antônio Raminelli, em Cambé, no Paraná, onde foram feitos questionários acerca de temas relativos a gênero, sexualidade e ao perfil de alunos. Segundo a autora, os resultados da pesquisa evidenciaram que 84% dos alunos participantes (87 questionários respondidos) não souberam responder o que é gênero e que 41% obtém informações a respeito de sexualidade com amigos, tendo a escola apenas 16% de participação na contribuição desse conhecimento. Ainda foi registrado, de acordo com 70% dos respondentes, que ainda há discriminação da imagem da mulher no âmbito social.
Esta pesquisa revela a falta de conhecimento dos alunos em relação a gênero e sexualidade, e a falta de participação da escola no processo de desenvolvimento desses conhecimentos. A escola ao não criar um ambiente de reflexão e discussão sobre temas como estes, está dando continuidade ao ensino tradicional com conteúdos fragmentados que não fazem sentido para os estudantes, pois não dialogam com a realidade dos mesmos, pois "tudo que é próximo, que é real para o aluno tem significado maior" (CUNHA, 1989, p.110).
A escola precisa elaborar estratégias para abordar as questões de gênero de forma prática e significativa elaborando debates e fazendo questionamentos como: O que é gênero? O que é sexualidade? Onde os pais trabalham? Meninos podem gostar da cor rosa? Garotas podem jogar futebol? Boneca é brinquedo só de menina? Para que a partir das respostas sejam introduzidos os conceitos e reflexões acerca da constituição do meio social.
A aula oficina é uma metodologia bastante interessante para o ensino e aprendizagem de gênero. De acordo com Barca (2013) em uma aula oficina o professor seleciona o conteúdo, questionando aos alunos a respeito do conhecimento prévio sobre o tema que será abordado, após são selecionadas as fontes históricas pertinentes para a referida aula. Em seguida, o docente orienta os estudantes para que analisem os materiais e façam inferências. Dessa forma, há um envolvimento de todos os alunos, os quais produzem as próprias conclusões que, com o auxilio do educador, serão avaliadas e (re)conceitualizadas. Por meio da adoção do gênero como temática na aula-oficina o aluno usa as experiências vivenciadas para dialogar com o tema tomando a consciência do próprio conhecimento: o que aprenderam e o que querem aprender.
O conteúdo dos livros didáticos deve ser confrontado com outras fontes de conhecimento para que os alunos percebam que não existem certezas, que os fatos e acontecimentos históricos são representações do passado com base na concepção ética, moral e religiosa, e da habilidade cognitiva do historiador que observa e analisa as fontes influenciadas pelas próprias impressões, experiências e escolhas. Assim, a distinção de gênero pode ser entendida como uma representação histórica, construída a partir de influências das concepções políticas, econômicas e religiosas de um grupo de indivíduos, e, portanto, é passível de mudanças.
Considerações finais
Hoje, não há mais espaço para o ensino tradicional onde os professores são transmissores de conhecimento e os alunos meros receptores. No ensino de história não pode prevalecer o estudo dos fatos do passado de forma linear e progressiva, baseado no factual e documental com o objetivo de retratar a “verdade” dos fatos Os currículos escolares, por mais conservadores que parecem ser, são passíveis de pequenas alterações e adaptações feitas pelos professores.
Com base em temas transversais como o gênero é possível que o aluno perceba e ressignifique os conteúdos com os conhecimentos já adquiridos no ambiente extraescolar contribuindo no ensino e na aprendizagem significativa, ou seja, na produção de saberes centrada no diálogo, em uma postura indagadora e curiosa, para que o discente possa construir seu próprio conhecimento e visão de mundo, tornando-se sujeito crítico capaz de compreender e transformar o mundo em que vive.
O importante em discutir gênero nas aulas de história é fazer o aluno compreender o processo de construção do conceito de gênero e levar essa discussão para outros espaços extraescolares no ensejo de transformar o pensamento dos indivíduos e diminuir o preconceito e as desigualdades entre homens e mulheres, valorizando as singularidades de cada um e não as usando para classificá-los de forma hierárquica. Portanto, os educadores precisam a partir da temática de gênero desconstruir preconceitos, mostrar aos alunos que meninas podem jogar futebol na aula de educação física, assim, como os meninos podem participar da disciplina de técnicas domésticas que as meninas podem ser tão hábeis em informática quanto os meninos, do mesmo modo que os meninos podem ter o mesmo desempenho das meninas nas aulas de educação artística, ou seja, que não existem atividades especificas para meninos e meninas, visando converter esses conflitos em aprendizado.
A igualdade de gêneros pode ser aceita ou negada pelos indivíduos. Os sujeitos podem integrar lutas, movimentos e apoiar as escolas contra a imposição de estereótipos desnaturalizando a divisão de gênero, ou ignorar os sinais de necessidade de mudança que estão ao próprio redor, como os atos de violência contra a mulher e os LGBTs, o crescimento dos movimentos feministas, entre outros, apoiando a disseminação dos preconceitos e das discriminações enfrentados por aqueles que não se encaixam nos padrões ditos “normais” pela sociedade.
Referências
Cleni Lopes da Silva é aluna do mestrado em História da Universidade Federal do Rio Grande (FURG)
BARCA, Isabel. Aula oficina: do projeto à avaliação. In: Jornada de Educação Histórica, 2004, Braga. Anais. Braga: Centro de Investigação em Educação (CIED), Universidade do Minho 2004a, p. 131-144.
COLLING, A, M.; TEDESCHI, L, A. O ensino da história e os estudos de gênero na história brasileira. História e perspectivas, Uberlândia, 2015. Disponível em: http://www.seer.ufu.br/index.php/historiaperspectivas/article/view/32777.
CUNHA, Maria Isabel Da. O bom professor e sua prática. Campinas, SP: Papirus, 1989.
GRASSI, P, C. Gênero e juventude(s): emergências educativas. Aedos n11, vol. 04, set, 2012. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/aedos/article/view/30747. Acesso em 13 de novembro de 2018.
MOLINA, L, P. Gênero, sexualidade e ensino de história nas vozes de adolescentes. Revista Antíteses, V. 6, n 12, p 489-525, jul.- dez 2013. Disponível em: http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/antiteses/article/view/12639/13560.
LOURO, Guacira Lopes; FELIPE, Jane; GOELLNER, Silvana Vilodre (Org.). Corpo, gênero e sexualidade: um debate contemporâneo na educação. Editora Vozes: Petrópolis/RJ, 2008.
RUBIN, G. O tráfico de mulheres: notas sobre a “Economia Política” do sexo. Tradução de Christine Rufino Dabat. Recife: SOS Corpo, 1993. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/1919.
Parabéns pelo texto. Minha questão, que também tenho levado para outras mesas, é de que forma nós professores da educação básica, principalmente da área de história, podemos continuar a levar questões de gênero e sexualidade para dentro da sala de aula, em um cenário em que se ver diversas tentativas de desconstrução e deslegitimação da história, que vem se concretizando a partir da distorção dos próprios fatos históricos?
ResponderExcluirAtenciosamente,
Alexandra Sablina do Nascimento Veras
Boa noite Alexandra! Realmente é uma tarefa bastante difícil nos dias de hoje. Mas precisamos tentar abordar as questões de gênero em sala de aula com base no diálogo e mostrar para o aluno a importância da história para construção de uma identidade local/regional/nacional. É preciso criar novos conceitos e aproximar os conteúdos curriculares ao ambiente em que o aluno vive para que o mesmo veja sentido na disciplina de História e leve os conhecimentos construidos para o espaço extraescolar.
ExcluirAcredito que isso seja o mais importante: dar condições para que o aluno busque conhecimentos no passado que possam ser aplicados no presente, na tentativa de solucionar ou explicar questões presentes na sociedade atual, mostrando que somos parte da história.
Cleni Lopes da Silva
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ResponderExcluirPrimeiramente parabéns pelo texto.
ResponderExcluirEm segundo lugar em sua opinião, a longo prazo, quais os benefícios que traz - principalmente às alunas - o estudo de gênero na sala de aula e se estes benefícios também podem ser sentidos na sociedade como um todo. Ademais formamos alunos para viverem em sociedade por meio de suas interações.
Letícia Veitas Novelli
Boa noite. O principal beneficio é diminuir o preconceito, promovendo a igualdade de gênero. Cada individuo desenvolve a consciência histórica por meio de experiencias vivenciadas, dentro e fora da sala de aula, que permitem o mesmo "enxergar-se" como sujeito histórico e, portanto, capaz de compreender e alterar o meio social em que vive.
ExcluirCleni Lopes da Silva
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ResponderExcluirParabéns pelo seu texto. Acredito que as discussões de gênero são importantes no âmbito escolar, entretanto embora exista um discurso muito forte e real da dificuldade de debater gênero na escola hoje, me questiono até que ponto esse debate já estava posto na escola antes.
ResponderExcluirVocê acha que havia avanços nesse sentido? Maria Paula Costa
Bom dia. Não vejo esse tema sendo abordado nas escolas tradicionais, tampouco em décadas passadas. Acredito que a escola via essas questões como sendo de responsabilidade da família em dialogar com o aluno. O que víamos eram escolas atreladas aos conceitos de que menino veste azul e menina rosa, que brincar de boneca é coisa de menina e jogar bola era coisa de menino, ou seja, não debatia ou dialogava sobre questões de gênero, apenas ditava esses conceitos como regras a serem seguidas.
ExcluirCleni Lopes da Silva
Parabéns pelo belo texto. O meu questionamento você acredita que os professores participam ou sentem desejo para buscar formação afim de procurar discutir com mais propriedade a temática de gênero em sala de aula?
ResponderExcluirLeitor
Bom dia. Acredito que ainda está muito longe do ideal, mas aos poucos os docentes estão percebendo a importância em abordar questões relacionadas aos temas transversais, pois Os alunos, muitas vezes, não tem em casa esse tipo de diálogo com os pais.
ExcluirPortanto, em algum momento, os docentes sentirão a necessidade em capacitar-se para ter condições de responder com mais propriedade os questionamentos dos alunos.
Cleni Lopes da Silva
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ResponderExcluirOlá, de fato não há escassez de temas para ser lecionado em aulas relacionada a gênero, a exemplo temos a grande invisibilidade das mulheres ao longo da história que pode ser explorada em várias vertentes, entretando gostaria de saber quais são os maioresdesafios de se trabalhar debates sobre gênero em disciplinas como História e Sociologia?
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ExcluirBom dia, Julyanne! Acho que um dos maiores desafios para se trabalhar com gênero em sala de aula é proporcionar um dialogo onde os alunos percebam que não existe o certo e o errado, cada indivíduo tem a liberdade de ser quem quiser e de escolher com quem terá suas relações afetivas.
ExcluirMostrar que ambos os gêneros têm sua importância dentro da sociedade, que não existe motivos fundamentados para mulheres e homens que exercem a mesma atividade receberem proventos diferentes. Fazer o aluno compreender que o papéis exercidos pelo homem e pela mulher dentro da sociedade são construções baseadas na mentalidade das sociedades, as quais sofrem mudanças ao longo do tempo.
Cleni Lopes da Silva
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ResponderExcluirBoa tarde, Cleni Lopes parabenizo pelo texto e gostaria que explanasse um pouco sobre a ideia de que, mesmo em pleno seculo XXI, a Mulher é caracterizada como um sujeito que desde seu nascimento deve instituir uma concepção de submissão e de pertença ao outro. Observando que o contexto que é exposto pela sociedade é que a mulher deve ser "bela, recatada e do LAR" e como essa ideia é exposta como um escudo para o discuso da não necessidade deste discurso.
ResponderExcluiratt, Tamna dos Santos Sales
Boa noite, Cleni Lopes da Silva. Excelente pesquisa.
ResponderExcluirO que você acha sobre o debate sobre Interseccionalidade e como ele poderia ser implantado nas escolas?
Atenciosamente,
Gabriel José Brandão de Souza