O CORPO FEMININO E O DISCURSO RELIGIOSO NA IDADE MÉDIA
Com este ensaio pretendemos entender de que maneira o discurso religioso influenciou o comportamento feminino, com relação à sexualidade e ao corpo feminino. Olhar para a história com este foco só é possível graças à História Cultural que possibilitou a construção de uma História das Mulheres e também com ajuda da História da Sexualidade.
Ao olharmos para um discurso temos que tentar imaginar o que se passava na mente do autor e em que contexto ele vivia (BASTOS, 2011). Por isso, se pensarmos na Bíblia, podemos compreender que ela é um discurso que originou outro discurso, que se reproduz de algumas maneiras no Malleus Maleficarum (KRAMES; SPRENGER, 2015).
Desta maneira a História da Sexualidade se torna um meio fundamental para buscar a compreensão entre as relações humanas ao longo do tempo e seus variados sentidos. Há anos a história da humanidade em relação à sexualidade demonstra ser algo complexo, pois envolve questões sociais, culturais, psicológicas, construídas historicamente por determinado grupo e determinada época.
Segundo Magali Engel (1997), a sexualidade, em seu principal conceito, manifesta o impulso sexual, como o desejo, a busca de um objeto sexual que podem ser influenciados pela cultura da sociedade e família em que o sujeito vive como também a moral, os valores e a religião em que está inserido, cercado por normas, padrões que o mesmo deve seguir e tomar como exemplo para toda a sua vida.
O tema da sexualidade vem tendo uma abordagem por muitos historiadores, em que remodelam alguns conceitos tradicionais, buscando uma parte essencial do passado que pode ter sido omitida e esquecida, muitas vezes pela questão moral.
Preocupamo-nos em falar sobre o corpo feminino e o discurso que o restringe. No mundo medieval o homem era considerado um sexo superior, então era a voz dele que definia as possibilidades para o corpo feminino. Desta maneira pretendemos entender como os discursos religiosos sobre a sexualidade, difundidos pela igreja que influenciaram o pensamento sobre o corpo feminino como produto da ideia de pecado na Idade Média.
O período medieval foi de domínio da Igreja Católica e os discursos proferidos por ela determinaram todos os comportamentos e restrições relacionados à sexualidade. A mulher era uma figura de tentação constante, acreditavam que era ela quem levava os homens a pecar, por isso o seu corpo deveria ser restringido e vigiado. A mulher também carregava a culpa por ter trazido o pecado ao mundo ao comer o fruto proibido.
A igreja, notoriamente nascida do judaísmo, utilizava algumas tradições judaicas que diziam que as mulheres eram culpadas pela existência dos demônios, pelo fato de terem seduzido os anjos e terem tido relações carnais com eles. Além disso, utilizavam-se muito do conceito de que o “invólucro carnal era prisão para a alma”. De acordo com João Davi Avelar Pires (2015) em seu estudo sobre o corpo feminino do período aqui referenciado, o espírito seria prisioneiro do corpo e, por serem mais sujeitas a sedução e aos artifícios do demônio, as mulheres eram entendidas como inferiores. Tudo que fosse relacionado ao corpo era tratado com desconfiança.
O corpo era um objeto de poder, através do corpo a igreja se permitia controlar a vida privada das pessoas. O corpo e o ato sexual eram vistos como pecaminosos, o ato sexual era aceito somente dentro do casamento e apenas para a procriação, desta maneira o domínio da igreja não era apenas religioso, mas também moral, já que conseguia ter domínio sobre as pessoas.
Para ampliar o seu controle a Igreja criou a Inquisição, com ela muitas mulheres foram julgadas como bruxas. Para se julgar e reconhecer quais eram as bruxas foi criado o Malleus Maleficarum, escrito no ano de 1487 por Heinrich Kramer e James Sprenger dois inquisidores. Essa obra se tornou uma das principais fontes quando se trata de estudar a condição feminina na inquisição ou na bruxaria no período medieval.
Eis aqui algumas das razões porque as mulheres eram propensas às fraquezas da carne, ao pecado e, claro, à bruxaria, dispostas na obra:
“Outros têm ainda proposto muitas outras razões para explicar o maior número de mulheres supersticiosas do que de homens. E a primeira está em sua maior credulidade; e, já que o principal objetivo do Diabo é corromper a fé, prefere então atacá-las. Ver Eclesiástico, 19: “Aquele que é crédulo demais tem um coração leviano e sofrerá prejuízo. A segunda razão é que as mulheres são, por natureza, mais impressionáveis e mais propensas a receber a influência do espírito descorporificado; e quando se utilizam com correção dessa qualidade, tornam-se virtuosíssimas, mas quando a utilizam para o mal, tornam-se absolutamente malignas. A terceira razão é que, possuidoras de língua traiçoeira, não se abstêm de contar às suas amigas tudo o que aprendem através das artes do mal; e por serem fracas, encontram modo fácil e secreto de se justificarem através da bruxaria. Ver a passagem do Eclesiástico, já mencionada: “É melhor viver com um leão ou um dragão que morar com uma mulher maldosa.” “Toda a malícia é leve, comparada com a malícia de uma mulher.” E podemos aí aditar que agem em conformidade com o fato de serem muitíssimo impressionáveis.” [KRAMER; SPRENGER, 2015, p. 695-698]
O Malleus foi o responsável por orientar os autos da inquisição, dando orientações, descrevendo como eram as bruxas e orientando como realizar uma denúncia.
A importância do estudo sobre as mulheres
Ao analisarmos hoje, os estudos sobre as mulheres vem alcançando grande avanço, é importante olhar para os discursos sobre o corpo feminino a partir de uma outra ótica, já que estes discursos foram construídos primeiramente por homens. Durante muito tempo as mulheres estiveram fora das páginas da história e o seu lugar era apenas o de coadjuvantes, hoje elas podem ser entendidas como protagonistas, e sua história pode de fato ser investigada.
Segundoa historiadora Joan Scott (1992), a história das mulheres começou a aparecer como um campo definível principalmente nas décadas de 60 e 70. Na década de 60 as ativistas feministas reivindicavam uma história que estabelecesse heroínas, prova da atuação das mulheres, e também explicações sobre a opressão e inspiração para a ação. No início houve uma conexão direta entre política e intelectualidade.
No entanto na década de 70 a história das mulheres afastou-se da política. Ela ampliou seu campo de questionamentos e documentando todos os aspectos da vida das mulheres no passado adquiriu uma energia própria para seguir. Para Joan Scott (1992), foi na década de 80 que a história das mulheres passou a ser vista como campo de estudos e envolveu, nesta interpretação, uma evolução do feminismo para as mulheres e daí para o gênero; ou seja, da política para a história especializada e a partir daí para a análise.
Scott (1992) afirma que embora a história das mulheres esteja certamente associada à emergência do feminismo, este não desapareceu, seja como uma presença na academia ou na sociedade em geral, ainda que os termos de sua organização e de sua existência tenham mudado.
A história das mulheres, sugerindo que ela faz uma modificação da “história”, investiga o modo como o significado de um termo geral foi estabelecido. Questiona a prioridade relativa dada à “história do homem”, em oposição à “história da mulher”, expondo a hierarquia implícita em muitos relatos históricos.
Segundo Ronaldo Vainfas (1997), a História Cultural ou Nova História Cultural deixou para trás uma preocupação de estudar manifestações culturais que consideraríamos de elite, também dedica um apreço a uma cultura desenvolvida pelas massas, o que chamaríamos de cultura popular. Preocupa-se também com o estudo dos conflitos e classes sociais. A História Cultural apresenta novos caminhos, caminhos plurais, permite que novos sujeitos possam ser vistos. Sobretudo, ao contrário da História das Mentalidades, a História Cultural preocupou-se em estudar as mentalidades, mas sem abandonar o rigor dos métodos da história como ciência.
A História das Mulheres surge com o Movimento Feminista, principalmente nos Estados Unidos, demonstrando um desejo de romper com a subordinação das mulheres perante os homens. Esse movimento foi impulsionado por uma série de mudanças nos direitos civis, o feminismo torna-se um movimento político, em contrapartida a História das Mulheres vai distanciar-se da História Política. Segundo Joan Scott (1992) a História da Mulheres “é ao mesmo tempo um suplemento inócuo a história estabelecida e um deslocamento radical dessa história.”
Referindo-se à sexualidade, a Idade Média foi um período em que ela sofreu repressão da Igreja Católica, as práticas sexuais que excediam os limites impostos pela igreja eram consideradas práticas diabólicas. Segundo os autores André Silva e Márcia Medeiros (2013), a sexualidade masculina alcançava maior liberdade, enquanto que as mulheres deveriam ficar restritas a um ato sexual única e exclusivamente voltado para a procriação os homens tinham liberdade de exceder o leito conjugal e buscar outras mulheres. É assim que se tem um aumento da prostituição, a maior parte das prostitutas eram viúvas ou moças que foram estupradas e perderam sua dignidade, muitas jovens buscavam na prostituição um meio de superar a pobreza e obter lucros para ajudar a família.
A mulher ideal era a mulher virgem, não apenas por esta condição, mas a mulher que respeitava a castidade, existiam as moças virgens e puras, capazes de resistir as tentações; as viúvas virgens, que estavam libertas do sexo e as casadas virgens, que viviam o sexo no matrimônio e em função dele.
É desta maneira que podemos dizer que os discursos utilizados pela Igreja Católica normatizaram uma sociedade que relegava à mulher o papel de coadjuvante, subordinada, corruptora e de fácil corrupção. A mulher era um ser repleto de pecados, como os homens, só que os pecados dos homens eram tolerados, enquanto que os das mulheres duramente julgados.
Referências
Clarice Luz, acadêmica do 3º ano de História da Unespar – Campus União da Vitória.
Flávia Schena Rotta, acadêmica do 3º ano de História da Unespar – Campus União da Vitória.
BASTOS, Mário Jorge da Motta. História e Discurso: Perspectivas e Controvérsias. Universidade Federal Fluminense – UFF/NIEP-Prék/TansladioStudi. Imagens da Educação, v. 1, n. 2, p. 1-11, 2011.
ENGEL, Magali. História e Sexualidade. In: CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo (orgs.). Domínios da História: Ensaios de teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
KRAMER, Heinrich; SPRENGER, James. O Martelo das Feiticeiras. Rio de Janeiro Bestbolso, 2015.
PIRES, João Davi Avelar. Visões Sobre O Feminino E O Corpo Na Idade Média. Revista Feminismos. V. 3. N.2/3. Disponível em: < http://www.feminismos.neim.ufba.br/index.php/revista.
RIBEIRO, Paulo Rennes Marçal. A sexualidade também tem história: comportamentos e atitudes. sexuais através dos tempos. In: BORTOLOZZI, Ana Cláudia; MAIA, Ari Fernando (Org). Sexualidade e infância. Bauru: FC/CECEMCA; Brasília: MEC/SEF, 2005.
SCOTT, Joan. História Das Mulheres. In: BURKE, Peter. A Escrita da História: Novas Perspectivas. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1992.
SEVERIANO, Erika Cristina de Campos; CANEIRO, Matheus Maximiliano. Carnalis Peccatum: Um estudo da sexualidade na Idade Média. Disponível em http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2011/anais/arquivos/RE_0492_0398_03.pdf, acesso em 05/11/2018.
SILVA, André Candido da; MEDEIROS, Márcia Maria de. Sexualidade e a História da Mulher na Idade Média: a Representação do Corpo Feminino no Período Medieval nos Séculos X a XII. Revista Eletrônica História em Reflexão. Vol. 7 n. 14 – Dourados, jul/dez – 2013.
SOUZA, M.; SILVA, F.; OLIVEIRA, V. O Corpo na Idade Média: entre representações e sexualidade. IV Congresso Sergipano de História e IV Encontro Estadual de História da ANPUH/SE. 21 a 24 de outubro de 2014.
VAINFAS, Ronaldo. História das Mentalidades e História Cultural. In: CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo (orgs.). Domínios da História: Ensaios de teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
Olá Clarice,
ResponderExcluirgostei de suas observações. Para além de seu texto, me interessei por algumas referencias das quais ainda não conheço. E em relação a continuidade dos efeitos desses discursos, você pretende realizar pesquisas em diferentes contextos históricos e o uso desses discursos? Como eles ainda contribuem para as desigualdades de gênero? ótima semana de estudos!
att
Jorge
jorgezaluski@hotmail.com
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirOlá Jorge!
ExcluirAgradecemos a sua participação.
Pesquisamos a sexualidade feminina no Brasil Colonial e o silenciamento da violência contra as mulheres na Guerra do Contestado (1912 a 1915). E nestes períodos os discursos da Igreja ainda contribuem muito para a desigualdade de gênero. No Brasil Colonial o discurso utilizado pela Igreja era enraizado pelo patriarcado, assim colocando o homem como predominador e opressor da figura feminina, sendo esses discursos regidos por homens, o que muitas vezes não condizia com a realidade. Ressaltando o processo do matrimônio, que neste período passa a ser algo recomendado a todas as mulheres, pois restringia as mulheres, segundo o discurso da Igreja imposto, o dever de estarem ligadas a maternidade e os afazeres da casa, restringindo toda a sua sexualidade somente para a reprodução e estando a todo o momento sob o domínio da figura masculina.
Gratidão!
Att, Flávia e Clarice.
Boa noite! Primeiramente quero parabenizar vocês pelo ótimo trabalho exposto aqui. Pois bem como foi discutido no trabalho a igreja sempre influenciou as relações humanas, principalmente a questão de expor o homem como superior a mulher. Gostaria de saber se atualmente vocês vêm que isso (as influências da igreja) diminuíram ou aumentaram na vida, principalmente das mulheres?
ResponderExcluirObrigada
Milena Silvério Ferreira
Olá Milena.
ExcluirAgradecemos a sua participação e contribuição.
Acreditamos que a influência da igreja sempre existiu. Porém, não diminuiu e não aumentou apenas foi se se adequando as mudanças ocorridas na sociedade.
Gratidão!!
Att, Clarice e Flávia.
Bom dia. Antes de tudo, gostaria de parabenizar pelo excelente trabalho com ótimas colocações, e maravilhosas referências. Ao falarmos em Igreja Católica, e sua atuação tanto no medievo como nós dias atuais, levando em consideração seus posicionamentos e influência, poderíamos associar a imagem que se tem de Maria Madalena, como pecadora e prostituta, com esses julgamentos, e essas colocações advindas da Igreja ?
ResponderExcluirAtt
Thayná dos Santos Cardoso
Olá Thayná!
ExcluirAgradecemos sua pergunta.
Acreditamos que sim. A Maria Madalena aparece na bíblia como uma pecadora que foi convertida e que depois vira seguidora de Jesus. Levantando a hipótese para muitos de que ela havia sido amante do mesmo e até mesma casada com ele. Isso nos faz refletir o quanto para a Igreja possuía um discurso normatizador dos corpos com o intuito de converter essas pecadoras, pois, o correto era que a mulher utilizasse da sua sexualidade somente para a procriação, denominadas também como “agente de satã” em que colocam muitas vezes o modo como conseguiam seduzir os homens para o pecado carnal.
Att, Clarice Luz e Flávia Schena Rotta.
Olá!
ResponderExcluirAchei excepcionalmente interessante no texto de vocês a parte que vocês tratam do Malleus Maleficarum, escrito por Heinrich Kramer e James Sprenger (nunca havia ouvido falar dessa obra). Na percepção de vocês, é possível trabalhar com os alunos, em sala de aula, essa obra? Se sim, de que modo vocês a abordariam para tratar das opressões impostas às mulheres na Idade Média pela Igreja Católica?
Márcia Rohr Welter
Olá Marcia.
ExcluirAgradecemos a sua participação.
Sim,é possível trabalhar o Malleus Maleficarum como documento histórico e através do contato dos/das estudantes com a obra abordar diversas temáticas. Considerando que a obra era utilizada como manual de inquisidores, sugerimos abordar as opressões impostas às mulheres neste período discutindo aspectos da Inquisição e a violência aplicada institucionalmente como método interrogativo e a associação do feminino a imagem da bruxa.
Gratidão!
Att, Clarice e Flávia.
Clarice da Luz e Flávia Schena Rotta parabéns pela exposição sobre a questão do corpo feminino no discurso religioso da Idade Média. Gostaria de saber qual a necessidade da Igreja considerar, quase que exclusivamente, a mulher como um ser corruptor, sendo que o homem era o mais ativo dentro das práticas sexuais que não se enquadravam com os preceitos morais da instituição?
ResponderExcluirAtt.
Renata Sayuri Sato Nakamine
ExcluirOlá Renata!
Agradecemos sua pergunta.
Bom, se considerarmos que no primeiro capitulo da bíblia no livro de Genesis, é descrito a narração da criação do mundo e do homem, onde Eva é colocada como pecadora ao provar do fruto proibido. Sendo assim a Igreja se utilizou por anos esse discurso de que mulher tinha a missão de que deveria pagar pelo pecado de Eva, a primeira mulher que através do pecado, tirou o fato da futura humanidade de viver um paraíso inocente. Além disso, as mulheres eram consideradas animais imperfeitos que tinham grande influência de espíritos ruins. Ao se tornar mãe, a mulher deixava de ser comparada com Eva e passava a se aproximar da figura de Maria que era tão respeitosa por ser a mãe de Jesus. Então podemos perceber que esse discurso é enraizado com o intuito de colocar a mulher como principal agente das coisas ruins que surgem no mundo.
Att, Clarice da Luz e Flávia Schena Rotta.
Olá Clarice e Flávia, parabéns pelo texto. Pergunto se houve no decorrer da da sua pesquisa o encontro de relatos da época para estabelecer diálogos contemporâneos. O que seria, no meu entender, de suma relevância para a sala de aula mediate os debates em voga sobre esta referida temática. Agradeço a atenção
ResponderExcluirAtt,
Glayson Castro da Silva
Olá Glayson.
ExcluirAgradecemos a sua participação.
O tema abordado e apresentado no texto faz parte de uma pesquisa recente e ainda não trabalhamos com relatos de época. Pretendemos aprofundar essa temática a seguir.
Gratidão!!
Att, Clarice e Flávia.
Parabéns pelo trabalho maravilhoso, Clarice e Flávia. Freud considerava a natureza da mulher indecifrável, associava isso a inveja que ela supostamente teria do órgão genital masculino. De acordo com a análise de todas essas fontes a partir da construção do presente trabalho, vocês concordam que tais construções que ligam a mulher ao mal, devido um suposto medo do gênero que o próprio "pai da psicanálise" considerava como indecifrável? O Malleus Maleficarum seria apenas uma forma da Santa Inquisição reagir em defesa de seu domínio? Como vocês acham que tais propostas poderiam ser abordadas em sala de aula?
ResponderExcluirAtt,
Vanessa Steffany
Antes de qualquer pergunta gostaria de parabenizar pelo excelente texto e a temática abordada.
ResponderExcluirComo foi citado a igreja sempre predominou na questão da visão do homem sobre a mulher como submissão e etc
Essa questão não está tão longe da realidade de hoje quando muitos evangélicos e cristões usam a pauta religiosa do patriarcado para se sobressair e isso interfere na questão da autonomia da mulher na sociedade e como poderia ser explicado ou debatido essa questão tão arcaica e machista??
Att, Karina Sousa Rodrigues
Olá Karina!
ExcluirSim, algumas coisas infelizmente ainda permanecem por mais que tenhamos avançado um pouco. Acreditamos que uma das melhores formas de debater essas questões é trazer a mulher como um ser agente da história também, que por muitas vezes sua história foi negligenciada colocando o homem como o centro do mundo, o que não condiz com a realidade.
Agradecemos sua pergunta.
Att Clarice e Flávia.
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho maravilhoso, Clarice e Flávia. Freud considerava a natureza da mulher indecifrável, associava isso a inveja que ela supostamente teria do órgão genital masculino. De acordo com a análise de todas essas fontes a partir da construção do presente trabalho, vocês concordam que tais construções que ligam a mulher ao mal, devido um suposto medo do gênero que o próprio "pai da psicanálise" considerava como indecifrável? O Malleus Maleficarum seria apenas uma forma da Santa Inquisição reagir em defesa de seu domínio? Como vocês acham que tais propostas poderiam ser abordadas em sala de aula?
Att,
Vanessa Steffany Fernandes Piedade.
Referindo-se à sexualidade, a Idade Média foi um período em que ela sofreu repressão da Igreja Católica, as práticas sexuais que excediam os limites impostos pela igreja eram consideradas práticas diabólicas.
ResponderExcluirBaseado neste texto , nos vemos que na atualidade , não mudou, a religiso continua a tepromir não da mesma maneira claro, mas no geral, a mulher continua sendo vista como alguém absixo do homem em seus lares .. como este assunto poderia ser trabalhado para descontruir essa visão nas nossas famílias? Dando a mesma importância e significância a mulher.
Att: Matheus Johnson da mota
ResponderExcluirAo olharmos para um discurso temos que tentar imaginar o que se passava na mente do autor e em que contexto ele vivia (BASTOS, 2011).
Professora , de certa forma a senhora acha que a sociedade atual está totalmente descontruida no quisito preconceito a mulher ? Principalmente neste sentido de mulher "ideal" ?
Att Matheus Johnson da Mota
Parabéns pelo excelente texto. Um tema muito importante de se pesquisar e, analisar as transformações ao longo da história. Gostaria de saber qual foi a pergunta inicial que vocês tiveram para o desenvolvimento do texto.
ResponderExcluirFranciele Marcos Velho
Olá Franciele!
ExcluirAgradecemos a sua pergunta!
Nossa primeira questão levantada para o desenvolvimento do texto foi de querer saber o quanto o discurso religioso influenciou na vida das mulheres no período da Idade Média e refletir que muitas coisas ainda deste discurso é colocado em prática nos dias de hoje!
Att, Clarice e Flávia.
Adorei o texto, parabéns. Eu me interesso muito pela temática sobre as mulheres, acho que todas nós deveríamos nos debruçar sobre o assunto, para o exercício da nossa própria identidade, tenho muita vontade de seguir estudando essa temática. Queria saber, o que te impulsionou a estudar esse tema e se alguma vez encontrou desafios ao se aprofundar sobre. Obrigada.
ResponderExcluirCamila dos Santos da Costa
Parabéns, pelo texto maravilhoso!
ResponderExcluirQuando nos deparamos com a história da mulher é inevitável refletir qual seria a real motivação de tamanha crueldade, já que apesar de haver todo um contexto histórico é difícil aceitar compreensivamente tamanha insanidade baseada em uma sociedade regida por um regime extremamente patriarcal. Atrelada a essa revoltante reflexão, gostaria de saber se durante o período medieval foram registrados casos de mulheres que ao descobrir mais sobre o seu próprio praticaram suicídio ou desenvolveram algum tipo de problema psicológico em razão de tamanha opressão vivida naquele período?
Marianna Cruz Amaral de Jesus
Parabéns pelo trabalho!
ResponderExcluirApesar de muitos anos terem se passado, nos ainda vivemos imersos em uma sociedade que apesar de deter de diversas pluralidades e entre outros posicionamentos que até então eram "banidos", ainda carrega consigo resquícios repugnantes de períodos retrógrados. Relacionando o posicionamento conservador contemporâneo com a repressão da sexualidade feminina outrora, é evidente que muitas mulheres, por exemplo, apresentam e enfrentam problemas sexuais ainda no século XXI. Bem, de acordo com os estudos historiográficos, correlacionando os períodos e os possíveis avanços, é possível existir alguma hipótese de que a um mulher irá deixar de ser posta em um posicionamento inferiorizado e passará a ser vista como indivíduo "comum" com a ausência dessa cisão?
Marianna Cruz Amaral de Jesus
Olá. Muito pertinente a escolha do seu tema
ResponderExcluirParabéns
Primeiramente, você aborda como a igreja 'controla' e domina o corpo e a sexualidade da mulher. Atualmente de certa forma essa dominação ainda ocorre na igreja mesmo, e em outros meios.
Em qual outro lugar de poder vocês, enquanto autoras e mulheres, percebem isso?
Suelem Cristina de Abreu
Olá Suelem!
ExcluirAgradecemos sua pergunta!
Acreditamos que ainda em muitas instituições esse discurso de submissão se faz muito presente. Cabe aqui citar que na política existente em nosso país, é um cenário composto em sua maioria por homens. Na Câmara dos Deputados, por exemplo, as mulheres ocupam 50 cadeiras de 512. Ou seja, não há uma equidade de representação na política.
Att, Clarice e Flávia.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPrimeiramente gostaria de parabenizar as autoras por esse trabalho abordando a temática sobre o "Corpo feminino e o discurso religioso na Idade Média", onde é de grande importância compreender e reconhecer que a mulher ao longo da História teve forte influência mesmo que à sombra do homem na Idade Média, gostaria de saber de ambas autoras, a partir dos apontamentos no presente trabalho, o que pode ser percebido em relação à visão na sociedade atual que ainda mantêm "algumas" características parecidas que remetem à visão da sociedade da Idade Média sobre a mulher? Parabéns pelo trabalho!
ResponderExcluirAtenciosamente
Juliano Dilkin