AS RELAÇÕES DE GÊNERO NA PERSPECTIVA DE VIDA: RELATOS DE UMA EXPERIÊNCIA EM SALA DE AULA
Entendemos que o estudo de gênero é uma categoria de análise interdisciplinar que busca compreender as relações entre feminino, masculino e transgeneridade nas culturas e sociedades humanas. Baseado nessas relações sociais, culturais e de poder entre os sujeitos, mulheres e homens estabelecem funções sociais e perspectivas de vida diferentes. Pensando nisso propomos no presente relato uma discussão sobre questões referentes às impressões sobre identidades de gênero, na tentativa de compreender as diferentes expectativas da sociedade em relação à homens e mulheres, além das possibilidades de romper com alguns estereótipos de gênero, a partir de uma oficina realizada em outubro de 2018, por ocasião do IV Encontro de Gênero, Feminismos e Políticas Públicas, na cidade de União da Vitória, Paraná.
Ressaltamos que não existe um modelo correto ou definitivo para os sujeitos levando em conta as constantes transformações humanas em seus desejos, projetos, funções práticas do cotidiano e as formas como se compreendem e como compreendem as outras pessoas.
Homens e mulheres são educados em função de suas naturezas distintas, conduzidas pelas mais diversas motivações que fazem parte ou não de papéis predefinidos a partir de seus sexos biológicos. Os argumentos que se utilizam das características biológicas distintas entre os corpos para justificar determinada função ou papel de cada pessoa na sociedade acaba por ter um caráter quase determinante nas relações sociais, além de servir muitas vezes para explicar ou justificar a desigualdade social entre os gêneros (Louro, 2003).
É fundamental contrapor essas argumentações que utilizam as características biológicas e sexuais para determinar as relações humanas, uma vez que entendemos que a forma como essas características são representadas ou apreendidas enquanto pertencentes a um determinado corpo são historicamente e socialmente construídas.
Propor essa oficina foi uma experiência fundamental para identificar elementos que possibilitam a reflexão e estimulam o debate sobre as construções sociais e culturais de gênero, especialmente no que se refere ao contexto das masculinidades e feminilidades possíveis, questionando as diferenças e reafirmando a relevância do tema que está longe de ser um assunto esgotado.
Proposta e desenvolvimento das atividades
A proposta da oficina foi promover a reflexão e levantar debates sobre as diferentes expectativas sobre pessoas do sexo feminino e do sexo masculino, reconhecendo assim as distintas manifestações dos gêneros presentes na sociedade, bem como identificar possíveis estereótipos de gênero que tendem a acentuar as desigualdades entre homens e mulheres.
A ideia dessa oficina foi uma adaptação de algumas atividades propostas no livro ‘Coolkit – Jogos para a Não-Violência e Igualdade de Género’ (Rojão et al, 2011).
A oficina foi proposta por ocasião do IV Encontro de Gênero, Feminismos e Políticas Públicas, que ocorreu na cidade de União da Vitória, Paraná, entre os dias 01 e 03 de outubro de 2018. A atividade ocorreu na tarde do dia 03 de outubro de 2018, em uma das salas da Universidade Estadual do Paraná, campus de União da Vitória, com um grupo de aproximadamente trinta estudantes, em sua maioria mulheres.
As atividades foram conduzidas da seguinte maneira: inicialmente dividimos os participantes em cinco grupos, de quatro a seis pessoas, e entregamos para cada grupo uma cartolina, cola e canetas coloridas. Cada grupo também recebeu duas palavras/tema sorteadas, entre elas: Amizade, Relações Íntimas, Família, Escola e Sociedade.
Convidamos então para que eles discutissem entre o grupo sobre aquilo que a sociedade espera dos homens e das mulheres dentro daquela determinada palavra/tema que receberam. Quando chegassem a um consenso, que montassem um cartaz com as principais conclusões do grupo sobre o assunto.
Foi uma atividade bastante livre e desafiadora para os grupos, pois deixamos em aberto as discussões sobre questões de gênero. A ideia da oficina foi justamente partir das possíveis concepções da turma sobre o tema para promover o debate.
Depois que os cartazes estavam prontos, cada grupo era convidado para apresentar para os demais participantes o resultado final. Então o debate era aberto para a turma, pensando em algumas questões que conduziram a discussão, tais como: Quais as diferenças identificadas entre as expectativas relacionadas aos homens e as relacionadas às mulheres? O que gostariam que fosse diferente nessas relações? Como é possível mudar esses aspectos? Essa primeira atividade teve duração de aproximadamente uma hora e meia.
A segunda atividade buscou promover a reflexão sobre como alguns estereótipos de gênero que tendem a acentuar as desigualdades entre homens e mulheres, e até mesmo a violência de gênero. Objetivou também descontruir alguns estereótipos presentes em falas, frases cotidianas, provérbios, etc.
Mantivemos a turma dividida nos mesmos grupos da atividade anterior, e sorteamos para cada grupo três ou quatro frases sexistas, provérbios, ditos populares, ou qualquer outra fala que pudesse suscitar a reflexão e a discussão. Sugerimos as seguintes frases: 1) Em briga de marido e mulher, não se mete a colher. 2) Mulher ao volante, perigo constante. 3) Homens são o sexo forte. Mulheres são o sexo frágil. 4) Homem não chora. 5) Amarre suas cabritas, que meu bode está solto. 6) Um tapinha não dói. 7) Azul é para meninos, rosa para meninas. 8) Lugar de mulher é na cozinha. 9) Uma mulher só se torna completa quando tem filho. 10) Mulher que diz não só está fazendo charme. 11) Toda mulher gosta de um cafajeste. 12) Mulher que vai para a cama no primeiro encontro não serve para casar. 13) Futebol é esporte para homens. 14) Não tem problema a mulher trabalhar fora, desde que não atrapalhe nas tarefas domésticas. 15) Nem todas as mulheres se realizam no fogão. Muitas só encontram a felicidade no tanque. 16) Mulher é como pernilongo, só sossega com um tapa. 17) Isso é coisa de mulherzinha.
A partir dessas frases cada grupo deveria refletir sobre como elas afetam o indivíduo no que corresponde aos estereótipos de gênero, desigualdades ou violências. Após um período de discussão nos grupos, caso discordassem da frase, propomos o desafio de desconstruir e/ou reformular a ideia, ou então que justificassem a posição favorável a ela.
Essa segunda atividade teve duração de aproximadamente trinta minutos.
Para finalizar, propomos uma dinâmica em que os participantes avaliaram as atividades realizadas, o impacto dos debates levantados, o aprendizado que pudemos compartilhar etc.
Em uma cartolina desenhamos uma mala de viagem, e fixamos no quadro para que todos pudessem ver. Dessa vez a atividade foi individual, e cada participante recebeu alguns post-it.
Pedimos que cada um refletisse sobre as atividades daquela tarde como um todo, e escrevesse no post-it aquilo que consideraram a “bagagem” mais importante que estavam levando para si a partir da oficina. Deixamos em aberto para que a “bagagem” fosse relacionada aos conteúdos, relacionamentos, ideias, sentimentos, posicionamentos, etc. Cada participante então colou o/os post-it dentro do desenho da mala, finalizando assim a oficina de forma bem descontraída.
Vejamos no tópico a seguir alguns resultados dos debates e dos materiais produzido durante a oficina.
Resultados
“Ninguém nasce mulher, torna-se mulher” (Beauvoir, 1980, p. 9). Assim como dito por Simone de Beauvoir notamos que socialmente as diferenças entre os sexos são estabelecidas de uma maneira aparentemente natural, inerentes de homens e mulheres, mas acabamos percebendo que essas diferenças são na verdade construções sociais enraizadas e manipuladas, para que assim, uns se sobreponham aos demais. Quando Simone de Beauvoir diz que nos tornamos mulheres fala justamente dessa naturalização de atividades e comportamentos que não são, necessariamente, natos. O mesmo vale para as construções acerca dos homens.
Com isso, debatermos gênero nos espaços escolares e acadêmicos geram uma compreensão das construções sociais e como afetam a vida dos sujeitos. Sendo assim analisamos, a partir daqui os trabalhos e debates gerados durante as oficinas.
Com a análise dos cartazes notamos os estereótipos de gênero em todos grupos sociais. Começando pelo tópico amizade, os grupos concluíram que não existe amizade sincera entre homens e mulheres e que se existir sofrerão preconceito e julgamento. Outro ponto abordado é a ideia de que se as mulheres possuírem amizade com vários homens, ela será “vagabunda”, enquanto que os homens se possuírem amizade com várias mulheres serão “garanhões”, pois a concepção de manter a amizade entre os gêneros opostos é justamente uma futura relação romântica e/ou sexual. Sabemos que a vida sexual da mulher durante toda a vida social torna-se muito mais regrada e controlada, mesmo que mulheres busquem relações sexuais momentâneas, elas são malvistas pela sociedade, o oposto das relações acometidas aos homens, que são incentivados a possuírem inúmeros relacionamentos, sejam eles momentâneos ou não.
Entrando no próximo tópico que seriam as relações íntimas, notamos que essa questão da sexualidade aparece novamente. Quando uma mulher está em um relacionamento afetivo estável ela será cobrada para ser mãe e se não, será responsabilizada totalmente aos cuidados com preservativos; quanto que aos homens, não é exigido nem a paternidade e nem o cuidado com os contraceptivos. Quando falamos de maternidade retornamos na romantização e naturalização. “Mulher só se completa quando tem filho pois assim tem mais sentido para lutar” é o que diz um dos post-it deixado na “bagagem” no final das oficinas. A ideia de mulheres não serem completas sem a construção de um casamento e da maternidade é estrutural e marcada por inúmeras regras de controle do corpo e da sexualidade feminina.
Para Lucila Scavone (2001) a maternidade explicaria a dominação de um sexo sobre o outro, já que a maternidade “determinava a ausência das mulheres nos espações públicos, confinando-as ao espaço privado e à dominação masculina” (p.139). Dessa forma, compreendemos porque esse espaço é tão feminino e é retirada toda a responsabilidade dos homens, para que assim exista um controle das ações femininas nos espaços públicos, e quando a saída do lar acontece, ela continua sobrecarregada com várias atividades, dentro e fora do lar. Vale ressaltar que um dos contraceptivos mais usados é a camisinha, sendo que a mais vendida é a camisinha masculina e não a feminina, mesmo assim, os cuidados com contraceptivos e preservativos acaba recaindo quase sempre para as mulheres.
Outro tema importante citado nas relações íntimas são as exigências da sociedade com a boa aparência feminina, sendo ela responsável por manter-se sempre bela para o parceiro romântico. Nessa questão podemos entrar em inúmeros exemplos como: depilação, magreza, cabelos (longos ou curtos, cacheados ou lisos, sempre dependendo do gosto dos homens e não da própria mulher), vestimentas e comportamento. Notamos com isso que as mulheres sofrem com a insatisfação com sua própria aparência na busca por um padrão imposto socialmente e reproduzido no privado.
Ao trabalharmos com a ideia de gênero e suas construções sociais, permanências e reproduções, notamos que esses padrões estão enraizados em nossa sociedade, pois mesmo na tentativa de desatar, distanciar ou mudar essas construções, percebemos que retornamos no mesmo ponto anterior. Podemos analisar esse enraizamento quando debatemos sobre família. Um dos grupos, na tentativa de sair dos padrões retornou ao mesmo de maneira desproposital. O grupo, assim como os demais, escreveu os padrões e as visões opostas entre homens e mulheres na família, como: mulheres são frágeis, inferiores, regradas e sofrem com a dupla jornada de trabalho, enquanto os homens são livres e não possuem obrigações domésticas, tidos como os chefes da família. Ao tentarem escapar deste discurso, escreveram sobre como os gêneros deveriam em suas concepções, ser, porém observamos dois pontos com mais atenção, sendo eles: mulheres são multifuncionais e homens são pai de família. Quando pensamos em mulheres multifuncionais encontramos uma justificativa para a dupla jornada de trabalho, pois as mulheres são supostamente capazes de realizar diversas atividades ao mesmo tempo, sendo assim, não teriam problemas em trabalhar, cuidar da casa e filhos. Já o pai de família é uma maneira de substituir o chefe de família, pois na prática tanto o pai quando o chefe, são, em muitos casos, responsáveis apenas pela estabilidade financeira e controle de todos os sujeitos inseridos na família.
Já no âmbito escolar notamos que as meninas são, de acordo com os grupos, mais exigidas e tender a ser mais caprichosas e organizadas, enquanto que os meninos são mais desleixados e livres. Quando os meninos que possuem uma letra bonita, são caprichosos ou organizados a ideia inicial é de que ele tem traços mais femininos. Outro detalhe exposto em um cartaz é a distinção entre os esportes praticados por meninos e meninas: na maioria das escolas, as meninas são incentivadas ao vôlei ou à dança, enquanto que os meninos são incentivados ao futebol e basquete. Devemos lembrar que isso não precisa necessariamente estar relacionado as práticas esportivas, as oficinas citadas tinham como participantes alunas e alunos do curso de pedagogia. As brincadeiras que ofertadas na educação infantil, muitas vezes já se inicia distinguindo funções e papéis sociais para as crianças. Meninas brincam de boneca e vestem rosa, meninos brincam com carrinho, bola e vestem azul. Acaba-se muitas vezes por incentivar a agressividade e a liberdade para os homens, já que esportes como futebol e basquete demandam mais contato do que vôlei e dança, e o comportamento de zelo e cuidado para as mulheres já que brincar de boneca remete aos aspectos mais domésticos e familiares, muito mais do que brincar de carrinho, por exemplo.
Assim como somos influenciados pela nossa sociedade, nós também a moldamos de acordo com as necessidades e as vigências daqueles que possuem mais espaço e visibilidade, sendo assim, muito do que já foi citado nos pequenos núcleos vemos expostos no item sociedade, como os padrões de beleza, o controle, a força e a proteção masculina. Mas algo chama a atenção quando notamos que nos cartazes são afirmados que mulheres sente medo e que precisam provar que são capazes. Do que mulheres sentem medo? Da não aceitação social por não se encaixarem em um padrão, com o caminho de volta para casa, dos homens, da violência, da invisibilidade e do silenciamento. Quando dito que mulheres precisam provar que são capazes, a afirmação nos faz lembrar de alguns discursos machistas que enfatizam que uma mulher só alcança um bom emprego por serem bonitas, por terem algum tipo de relacionamento sexual ou afetivo com seus chefes e assim por diante. Mas como dito anteriormente, os estereótipos, o machismo e o patriarcado são enraizados na nossa sociedade e quando começamos a debater sobre os provérbios as discussões se acentuaram quando o assunto foi “em briga de marido e mulher não se mete a colher”. Três post-it foram deixados com as seguintes frases “sobre brigas: acho que não tem o que intrometer em brigas, só se houver agressão”, “em briga de marido e mulher, dependendo do caso acho que não deve se meter a colher” e “não me oponho em briga dos outros”.
Quando educamos meninas para a submissão e homens para o domínio e controle temos dois opostos, o primeiro que se submete à violência e o outro que aplica. Mas, qual é a agressão que está sendo citada? Apenas a física? Sabemos que a Lei Maria da Penha ampara cinco formas de violências: patrimonial, física, sexual, moral e psicológica. Não podemos nos silenciar diante de uma ação violenta, mascarada como discussão. Discussões nas relações acontecem, mas quando o vizinho ouve não é mais uma discussão.
Considerações Finais
O que podemos concluir é que os padrões, os estereótipos, os papéis sociais, a naturalização da maternidade e da violência são enraizadas de tal modo que mesmo quando tentamos nos descontruir retornamos as mesmas falas. Sendo assim a desconstrução é constante e demanda tempo.
Quando debatemos gênero, seja na academia ou na escola proporcionamos uma nova forma de percepção da cultura, da política e da sociedade e percebemos que tudo o que somos e fazemos é político.
Na “bagagem” citada algumas vezes ao longo do texto, algumas pessoas enfatizaram a importância da aprendizagem para romper esse sistema. Notamos também que a perspectiva de pessoas regradas e controladas geram modelos de submissão e controle, quando meninas brincam de ser mãe, naturalizamos a maternidade e esperamos dela o anseio pela gestação. Quando meninos brincam na rua, de carrinho, ou futebol, naturalizamos a liberdade e retiramos dele a responsabilidade perante seus atos.
Nós como sociedade geramos perspectivas de vida que são violentas e controladoras de forma imperceptível que acabam se mesclando com algo seria natural e inerente à humanidade. Homens comandam e mulheres se silenciam perante as agressões. Não podemos mais naturalizar e compactuar com essas formas de se relacionar em sociedade, e por isso o debate é tão importante.
Referências
Ana Paula Bührer Gonçalves é licenciada em História pela Unespar e bolsista pelo projeto “Integrar: ressocialização, formação e capacitação de jovens em situação de risco e sob medidas socioeducativas”.
Vanessa Cristina Chucailo é doutoranda em História Social pela Unirio e bolsista CAPES.
BEAUVOIR, S. O Segundo Sexo, v.I, II. Tradução Sérgio Milliet. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.
LOURO, G. L. Gênero, sexualidade e educação. Uma perspectiva pós-estruturalista. 6º ed. Petrópolis: Vozes, 2003.
ROJÃO, G. et. al. Coolkit – Jogos para a Não-Violência e Igualdade de Género. Covilhã, Portugal: Coolabora, 2011.
SCAVONE, Lucila. A maternidade e o feminismo: diálogo com as ciências sociais. Cad. Pagu, Campinas, n. 16, p. 137-150, 2001.
Como voce sugere, no cenario atual, debater tais questoes em uma sala de aula em que as crianças se sentem no direito de questionar a validade do ensino de gênero, e das diversidades de gênero.
ResponderExcluirOlá Rozane, agradecemos sua participação.
ExcluirEntendemos que o fato das crianças questionarem já é uma possibilidade de abertura para o debate, mesmo com opiniões contrárias. É importante a partir daí identificar os “pré-conceitos” em relação à temática. Como educadores cabe a nós conduzir o diálogo e o pensamento crítico.
Gratidão,
Ana Paula e Vanessa.
Achei o texto muito bacana, e achei muito interessante a atividade proposta e realizada no evento IV Encontro de Gênero, Feminismos e Políticas Públicas, na cidade de União da Vitória, Paraná. Vocês pensaram em fazer essa atividade numa escola? Pra analisar como é visto pelos estudantes a necessidade do ensino de gênero. Achei essencial saber que nos estudantes de graduação as respostas, por vezes, podem reforçar esses papéis de gênero estabelecidos. E, vocês acham que a escola, com seu corpo docente, pode influenciar positivamente na desconstrução de machismos e permanências de violência de gênero? Obrigada!
ResponderExcluirSara Fernanda Zan
Olá Sara, agradecemos sua participação.
ExcluirQue bom que gostou do texto. Já realizamos atividades nesse modelo em escolas municipais e estaduais da região, com alunos de fundamental, médio e EJA. Alguns resultados dessas atividades podem ser encontrados no livro “Gênero, Educação e Sexualidade: reconhecendo diferenças para superar [pré]conceitos” e na cartilha “A Vida de Francis”, que inclusive recomendamos como suporte didático para aulas sobre as temáticas gênero, violência contra mulheres, sexualidade, feminismos e diversidade. Segui links do livro e da cartilha para download:
https://drive.google.com/file/d/0B2WV50-h_2OqR1Zrd1UybzNyVFU/view
https://drive.google.com/file/d/0B2WV50-h_2OqNDB4WDE1Tk5qWUE/view
- Quanto à questão dos alunos de graduação, realmente, pensamos que pelo fato de estarmos em uma universidade essas construções já foram “desmitificadas” ou desconstruídas. Infelizmente não. Por isso o debate é tão importante em todas as etapas de formação, seja na escola ou na universidade. E a participação dos professores é essencial nesse processo.
Gratidão,
Vanessa e Ana Paula.
Temática importantíssima , pois é notável a presença excessiva de sexismo no contexto escolar, e muitos profissionais apresentam uma lacuna em sua formação inicial e continuada, sobre as relações de gênero e sexualidade. Parabéns pelo trabalho!
ResponderExcluirHaroldo José da Silva
Olá Haroldo, agradecemos sua participação.
ExcluirGratidão,
Ana Paula e Vanessa.
muito interessante esse artigo. Será que as pessoas estão satisfeitas com o gênero que vivem?
ResponderExcluirHaveria ou tem uma escolha em querer ser de outro gênero? Todos estão satisfeitos com seu próprio gênero?
Haveria possibilidade de mudança? Qual mudança seria possível?
Se não se pode mudar, como resolver esse conflito?
Parabéns pelo trabalho.
Andreza Cardoso de Moura ( andrezacardoso958@gmail.com )
Olá Andreza, agradecemos sua participação.
ExcluirSe partirmos do princípio que o gênero é uma construção social dada a partir do sexo biológico do indivíduo, muitas pessoas não se identificarão com essa “imposição”, logo, não se sentem representadas por essas “classificações”.
Não entendemos como uma questão de escolha, mas de ser. São questões muito pessoais. Cada um opta por determinadas mudanças, sejam elas físicas (alterações hormonais, cirurgias, etc.), ou visuais (no caso de vestimentas, cortes de cabelo, nome social).
Gratidão,
Vanessa e Ana Paula.
Muito importante essa temática, no entanto também é muito delicada quando diz respeito a sala de aula, é importantíssimo os debates sobre Gênero, mas, se tratando de uma sociedade onde o machismo está enraigado desde épocas mais remotas, tornar-se indispensável essa prática para assim se garantir o respeito as diversidades.
ResponderExcluirOlá Janaina, agradecemos sua participação.
ExcluirGratidão,
Ana Paula e Vanessa.
É indiscutível que a temática gênero necessita de uma abordagem mais ampla quando discutida em sala de aula. A sala de aula torna-se um lugar propício a este diálogo e as transformações sociais, onde há a possibilidade de combater desigualdades e as imposições de um gênero sobre o outro. Você acredita que a escola tem conseguido modificar essas relações e trabalhar dentro da sala de aula, desmestificando ideias, discutidos novas questões, ou despertando o interesse nos alunos por essa temática!? Você acredita que seja possível unir escola e sociedade, numa desconstrução de ideias a muito tempo mantidas!?
ResponderExcluirMARCIELE SOUSA DA SILVA
Olá Marciele, agradecemos sua participação.
ExcluirPensamos que a escola tem sim sido um espaço fundamental para movimentar o debate, e isso se reflete diretamente na sociedade promovendo a desconstrução e o debate dessas temáticas
Gratidão,
Vanessa e Ana Paula.
Em sua obra, Butler usa o conceito de performatividade, segundo a qual o gênero não está ligado ao corpo ou ao desejo sexual, mas sim à estilização que cada um faz de seu modo de ser e de se portar no mundo, sendo que esse estilo pode ou não coincidir com o sexo biológico. Nesse sentido, indago: Até que ponto os professores e as professoras da educação básica estão preparados e preparadas para lidar com o fenômeno da identificação de gênero quando estes ocorrem com os alunos e as alunas com os quais convivem diariamente?
ResponderExcluirOBS.: FIZ O MESMO COMENTÁRIO ACIMA, MAS NÃO ASSINEI
ResponderExcluirEm sua obra, Butler usa o conceito de performatividade, segundo a qual o gênero não está ligado ao corpo ou ao desejo sexual, mas sim à estilização que cada um faz de seu modo de ser e de se portar no mundo, sendo que esse estilo pode ou não coincidir com o sexo biológico. Nesse sentido, indago: Até que ponto os professores e as professoras da educação básica estão preparados e preparadas para lidar com o fenômeno da identificação de gênero quando estes ocorrem com os alunos e as alunas com os quais convivem diariamente?
Ortiz Coelho da Silva
Olá Ortiz, agradecemos sua participação.
ExcluirAnalisando a atividade realizada com alunas e alunos de Pedagogia, notamos que o debate a cerca da temática ainda é raso, devido à falta de formação e capacitação sobre, principalmente quando se trata de sexualidade e identidade de gênero. Por isso ressaltamos a importância de oficinas, debates, eventos, aulas e demais atividades que estimulem o debate e o aprendizado sobre essas temáticas tanto no espaço escolar quanto universitário, especialmente nos cursos de licenciatura e formação de docentes (magistério).
Gratidão,
Vanessa e Ana Paula
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ResponderExcluirParabéns autoras, pelo texto e pela oficina. Lendo ele e as questões apresentadas é impossível não lembrar de situações vividas nas escolas em que já trabalhei. Não apenas de reprodução dos discursos machistas, mas também da desinformação que impera em muitos ambientes escolares sobre o próprio conceito de gênero e as muitas formas como ele pode se manifestar. Nos deparamos cotidianamente com alunos e alunas, crianças e adolescentes, que estão se descobrindo enquanto seres humanos e desvendando as suas percepções de gênero, e neste ambiente, em que deveriam ser acolhidxs e compreendidxs elxs muitas vezes sofrem preconceito e discriminação, principalmente por falta de conhecimento dos profissionais da educação, por isso estas iniciativas são tão importantes. Quando percebemos onde estamos errando e podemos melhorar, nossas aulas e a relação que estabelecemos com nossxs discentes melhora, e esses assuntos acabam permeando todo o fazer didático, da elaboração das provas a forma como nos dirigimos à turma, na prática e como formiguinhas vamos fazendo nossa parte. Parabéns de novo!
ResponderExcluirKaroline Fin Nunes
Olá Karoline, agradecemos sua participação.
ExcluirGratidão,
Ana Paula e Vanessa.
Parabéns pelo texto. Gosto muito de trabalhar artigos sobre essa temática em sala de aula, porém, infelizmente, o que atrapalha muito principalmente na rede de educação básica brasileira é a falta de tempo para abordar importantes questões históricas e sociais. Você teria alguma dica de trabalho sobre o tema, que possa ser repassado aos estudantes? Obrigado.
ResponderExcluirEdivaldo Rafael de Souza.
Olá Edivaldo, agradecemos sua participação.
ResponderExcluirPartindo do conceito de Butler de que gênero é uma categoria em que analisamos a relação de poder exercida entre homens e mulheres dentro de diferentes culturas e temporalidades, acreditamos que essas relações de poder podem e devem ser inseridos nos conteúdos já existentes. Oficinas e atividades mais lúdicas são uma boa forma, porém não devemos pensar esse tema como algo que precise de uma data específica, mas que possa ser trabalho nas diferentes temporalidades.
Gratidão,
Ana Paula e Vanessa